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sábado, 16 de julho de 2011

Homenagem a Pombo Gira Cigana


Cigana linda, que és dona da natureza, ardilosa no falar, de olhar penetrante que busca o interior de nossa alma: as diversas encarnações te levaram a conhecer os mistérios, a magia do mundo espiritual e, em tua evolução, procuras nos ajudar.

Quantos pedidos e clamores te fazem no dia-a-dia que, com o estalar dos dedos, qual castanhola harmonizada ou o tilintar de tuas moedas, atendes, dando solução para os problemas mais difíceis.




Rindo encantas, és atração mais forte que a própria luz. Em noites enluaradas, ao som mágico dos violinos, te apresentas em volta da fogueira brilhante, com a chama do amor e da verdade.


Em nossas mãos buscas, pelas linhas traçadas, desvendar o que o porvir nos assegura e, em tuas cartas, nos orientas no caminho a seguir; porém, quando a ti estamos ligados, repentinamente mudas de direção, esquecendo-te que és um oásis no deserto e por isso te pedimos: Cigana, deixa apenas por um momento de ser nômade e fica junto a nós.





LENDAS DE POMBO GIRAS



Lenda de Pomba-Gira Maria Rumbeira

Carmem vagava pelas ruas sem saber para onde ir. Perdera os pais, quando tinha cinco anos, e fora morar com seus tios. Tratada como escrava por anos, nunca soube o sentido da palavra felicidade. Analfabeta, somente conhecia os segredos da cozinha e da limpeza que era obrigada a fazer diariamente. O assédio de seu primo tornara-se insuportável conforme crescia em formas e beleza. 

Tanto o rapaz insistiu que acabou levando-a para a cama, onde foram flagrados pela velha tia, que em nenhum momento duvidou da palavra do filho que acusava a moça de seduzi-lo dia após dia. De nada valeram os apelos e juras de inocência. Imediatamente foi posta na rua sem um tostão e apenas com a roupa do corpo. Agora estava ali perambulando por ruas que não conhecia em uma noite escura e com lágrimas correndo pelo belo rosto. 

Um homem aproximou-se dela: - O que faz uma moça tão bonita perdida por aqui? E porque chora? Desalentada, começou a falar tudo que havia se passado. Não tinha nada a perder. Quem sabe aquele rapaz não a ajudaria? Fora o único que mostrara interesse no seu drama. Após ouvir tudo ele disse: - Venha comigo, tenho um lugar para você ficar! Sem outra opção a jovem o seguiu. 

Entraram em um casarão escuro em que somente uma pequena luz bruxuleava. Uma senhora vestida e maquiada com extravagância para àquela hora da noite, atendeu-os prontamente: - Mais uma menina, Jorginho? De maneira brusca, o rapaz agarrou a mulher pelo braço e sussurrou-lhe: - Esta é minha, vou querer somente para mim! - Calma lá garotão! Se você pagar não vejo motivo para que não seja sua. A partir desse momento Carmem transformou-se em mais uma menina da famosa Madame Eglantine. A principio deitava-se com Jorge pela gratidão, aos poucos, porém foi tomando-se de amores pelo rapaz, que em pouco tempo enjoou do que tinha com facilidade. Depois de dois meses de amor incondicional, o rapaz procurou pela Madame e falou: - Já está na hora da garota fazer a vida, não tenho mais como pagar pela sua estadia aqui. Eglantine sorriu com desdém, pois já sabia que o final seria esse, não era a primeira que passava por isso em sua casa. 

Ao ser informada de suas novas atribuições, a moça desesperou-se, chorou uma tarde inteira. Sem ter como fugir da situação, preparou-se para cumprir o combinado. Sentada no grande salão mal iluminado Carmem aguardava. Cada vez que uma das meninas subia acompanhada de alguém, ela suspirava de alivio por não ter sido escolhida. No entanto, quando já achava que estaria livre por aquela noite, Madame aparece com um senhor: - Querida, trate muito bem o Comendador Belizário, ele é prata da casa! Ao olhar o homem, sentiu o estômago revirar, ele podia ser seu avô!

 Eglantine percebeu e fixou um olhar gélido sobre ela: - Leve-o para seu quarto e faça tudo para agradá-lo. Com os pés pesados ela subiu as escadas que a levariam para o sacrifício, puxando o comendador pela mão. O velho fungava em sua nuca e ela tentava desviar do contato, ao sentir o hálito mal cheiroso, não resistiu, pediu que ele a soltasse e o empurrou com violência. Isso somente excitou mais o homem que agora literalmente babava em seu pescoço. Instintivamente agarrou a haste de bronze do abajur e desferiu com ódio na cabeça de Belizário. 

O sangue correu imediatamente manchando seu seio. Mas o velho não caiu, tomado de ira, apertou o pescoço da jovem até que, com os olhos vidrados, ela deu o último suspiro. Assustado pelo que fizera e com o sangue escorrendo pelo rosto, o comendador correu para as escadas onde tropeçou e rolou caindo morto no meio do salão de Madame Eglantine. Durante muitos anos o espírito de Carmem vagou por regiões escuras onde reviu e reviveu carmas e pecados de vidas anteriores.

 Amparada por linhas auxiliares começou seu trabalho de evolução espiritual utilizando a roupagem da Pomba-Gira Maria Rumbeira. Quem já se consultou com essa grande mulher sabe dos ótimos conselhos que ela sempre distribui entre sorrisos gentis e calorosos. Laroiê a Rumbeira! Laroiê as Pomba-Giras!




SETE SAIAS

Jalusa Correia era uma bela mulher, morena de bastos cabelos negros, tinha ainda magníficos olhos verdes que a todos encantava.
Aos dezessete anos se casou e teve dois filhos, que foram por algum tempo a razão de sua existência. Quando estava prestes a completar seu vigésimo terceiro aniversário uma tragédia abateu-se sobre ela, seu marido e filhos faleceram em um pavoroso acidente de trem e da noite para o dia tornou-se uma pessoa imensamente triste e solitária. Por muitos anos carregou o peso na consciência por não estar com eles nesse momento. Culpava-se intimamente porque nesse fatídico dia tivera uma indisposição séria e não quisera acompanhá-los na pequena viagem que mensalmente faziam à cidade vizinha. O remorso a torturava como se com isso conseguisse diminuir o tamanho de sua dor.

Dez anos se passaram até que Jalusa voltasse a sorrir, apesar do coração em frangalhos. Foi nesse período que Jorge apareceu em sua vida. O jovem viúvo logo se tomou de amores pela solitária e encantadora mulher. Conhecendo o trauma vivido por ela, teve a certeza de haver encontrado a mãe que sua filha precisava. A pequena Lourdes ficara órfã muito cedo e com apenas seis anos não conseguia esquecer a morte de sua genitora, tornando-se uma criança frágil e assustadiça.

Não demorou muito para que se casassem. No inicio Jalusa foi exemplar, como mãe e esposa, de repente, sem entender o motivo, começou a odiar a pequena menina. Lourdes a irritava, cada palavra dita por ela, entrava em seus ouvidos como uma ofensa. A menina apanhava por qualquer coisa, eram palmatórias, surras de cipós e puxões de cabelo que a deixavam inteiramente dolorida. Com medo de dizer ao pai o que ocorria em sua ausência, Lourdes foi ficando a cada dia mais amarga e triste. Seus únicos momentos de alegria eram os passeios que fazia com o pai. Sempre que Jorge perguntava o que estava acontecendo ela mentia dizendo sentir saudades da mãe.

O ódio de Jalusa pela criança só aumentava, cada vez que a menina chegava perto dela, a lembrança de seus próprios filhos a atormentava: - Como pode uma criatura indecente dessas estar aqui, viva ao meu lado, e meus filhos lindos, mortos? - Era sempre nesses momentos que a menina era mais agredida.

Um dia Jorge resolveu fazer uma surpresa e retornar mais cedo a casa. Ao entrar devagar para não ser notado, ouviu os gritos: - Sai vagabunda! - acompanhado do som de um tapa - abriu a porta justamente no instante em que sua filha era atirada contra um canto da parede. Num átimo, percebeu tudo que estivera ocorrendo em sua ausência. Correu até a mulher e a esbofeteou com rancor exigindo que saísse de sua casa imediatamente. Desse dia em diante, Jalusa passou a morar nas ruas, mendigando e xingando todas as crianças que lhe passassem por perto. Às vezes, chorava muito, mas logo se erguia e gargalhava alto. 

Em uma noite de intenso frio, seu espírito foi arrancado do corpo e levado para zonas sombrias onde por muitos anos procurou respostas para as mazelas passadas em vida. Depois de ter contato com suas vidas pregressas, percebeu os erros que cometia a cada encarnação onde sempre era a causadora de grandes males causados a crianças e suplicou ajuda para o ressarcimento de suas culpas. Hoje, na vestimenta fluídica de Pomba-Gira das sete Saias, procura sempre uma maneira de atender aos que a procuram com simpatia e carinho. Quem a conhece em terra sabe de sua predileção por jovens mães e o respeito que nutre por todas as crianças. Está enfim a caminho de uma grandiosa evolução.
Laroiê Dona Sete Saias!


SETE SAIAS


Vamos contar essa história que é de muita valia para aqueles que são seus seguidores e admirados. Sete Saias teve sua vinda ao mundo marcada por muito sofrimento. Já na sua infância se dá o início de sua aflição, pois ao nascer sua mãe falece por complicações durante o parto.
Desde então sofre constantes humilhações vindas de seu pai que passa a culpá-la pela morte da esposa que tanto amava.
Sete Saias cresce e com o passar dos anos crescem os aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai sendo mais uma serviçal do que uma filha.
Com seu pai Sete Saias movara em uma choupana afastada no lugarejo onde habitavam e por esse motivo não vê felicidade em seu futuro.
Acaba então a moça Sete Saias se relacionando com homens casados e ricos do povoado vendo ai sua única satisfação.
Mas a vida não lhe sorri pelos seus envolvimentos e pelo enredo de traições em que se envolve e as esposas traídas desejam o seu mal a ponto de desejarem apedreja-la.
Mas até aqui não se fala por que ela recebeu este nome: Sete Saias.

Segundo conta a lenda o motivo pelo qual tem este nome é que a moça tinha sete amantes. Assim, para cada amante ela usava respectivamente uma saia.
Estes amantes, encuimados entre si decidem transformar a vida da moça, trancando-a em um casebre afastado como modo de puní-la pela vida libertina que escolhera junto aos mesmos. 

É então obrigada a se alimentar de restos de vegetais que se encontravam no interior de seu carcere...
Com muito sufoco, e força de vontade de viver, derrubou uma parede velha do casebre feito de madeira. 

Rastejando pela fraqueza encontrou uma estrada próxima e nela passava uma caravana de ciganos que a acolheram e
cuidaram dela. Tornando-se uma bela moça, que acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos. Este filho tornou-se um homem muito rico, ele recebeu o título de barão e provavelmente ela uma baronesa. E por vingança, queria voltar ao lugar que queriam
apedrejá-la. 

O marido apaixonado e fiel, fez a vontade da esposa, comprando o melhor e mais importante casarão daquele povoado. E assim, mandou convite a todos para um rico e
abundante baile de máscaras, para apresentar a mais nova baronesa daqueles tempos.
E Sete Saias desceu as escadarias do rico salão com a sua bela máscara e um maravilhoso vestido. E todos os seus inimigos a aplaudiram e reverenciaram sem saber quem era a misteriosa mulher, que seria revelada somente no fim da festa. 

Ela chamou a todos ao centro do salão, ainda com a máscara, os convidados já totalmente bêbados, ela retirou a máscara, revelando-se a todos. Os inimigos indignados por ser ela a mais rica baronesa da região a qual deviam respeito, começaram a condená-la, principalmente o seu pai, que no impulso começou a cobrar carinhos que ele nunca teve a ela. E no soar de palmas, entraram-se empregados ao salão, carregando enormes barris de óleol. 

E os convidados achando-se que fazia parte da cerimônia, ficaram aguardando os servos despejarem o óleo por tudo enquanto Sete Saias e seu marido saíram escondidos, incendiando todo o espaço, matando e vingando-se assim, de
todos os seus inimigos, chegando ao ponto de pedir a sua rica
charrete para parar em frente ao casarão e ver seus inimigos se
incendiando.

Suas últimas palavras aos seus inimigos foram:
" livrarei vocês dos seus pecados com o fogo!"
Beijando o seu esposo e seguindo a tua viagem.
Ela morreu com seus 78 anos.
História esta contada pela sua maior parceria Maria Padilha.


MARIA PADILHA DAS SET CATACUMBAS

França, final do século dezenove. Juliette estava desesperada. Aos dezessete anos, filha de nobres franceses estava prometida em casamento para o jovem Duque D'areaux. Por coisas que somente à vida cabe explicar, havia se apaixonado por um dos cavalariços de sua propriedade. Entregara-se a essa paixão de forma avassaladora o que culminou na gravidez que já atingira a oitava semana. 

Somente confiara o segredo à velha ama Marie, quase uma segunda mãe que a vira nascer e dela nunca se afastara, que a aconselhou a fugir com Jean, seu amado. Procurado, o rapaz não fugiu à sua obrigação e dispos-se a empreender a fuga. Sairiam a noite levando consigo apenas a ama, que seria muito útil à moça, e os cavalos necessários para os três. Perto da meia-noite, Juliette e Marie esgueiraram-se pelo jardim e dirigiram-se até o ponto em que o jovem as esperava. Rapidamente montaram e partiram. Não esperavam, contudo, que um par de olhos os espreitasse.

 Era Sophie a filha dos caseiros, extremamente apaixonada por Jean. Percebendo o que se passava, correu até a grande propriedade e alertou aos pais da moça sobre a fuga iminente. Antoine, o pai de Juliette, imediatamente chamou por dois homens de confiança e partiu para a perseguição. Não precisaram procurar por muito tempo. A falta de experiência das mulheres fazia com que a marcha dos fugitivos fosse lenta. Antoine gritou para que parassem. Assustado Jean apressou o galope e o primeiro tiro acertou-o no meio das costas derrubando-o do cavalo. Juliette correu para o amado gritando de desespero quando ouviu o segundo tiro. Olhou para trás, a velha ama jazia caída sobre sua montaria. Sem raciocinar no que fazia puxou a arma de Jean e apontou-a para o próprio pai. - Minha filha, solte essa arma! - assim dizendo aproximava-se dela. Juliette apertou o gatilho e o projétil acertou Antoine em pleno coração. 

Os homens que o acompanhavam não sabiam o que fazer. Aproveitando esse momento de indecisão a moça correu chorando em total descontrole. Havia uma ponte à alguns metros dali e foi dela que Juliette despediu-se da vida atirando-se na água gelada. A morte foi rápida e nada se pode fazer. Responsável direta por três mortes (a dela, do pai e da criança que trazia no ventre) causou ainda, indiretamente mais duas, a de Jean e da ama. Triste destino aguardava o espírito atormentado da moça.

 Depois de muito vagar por terrenos negros como a noite e conhecer as mazelas de incontáveis almas perdidas encontrou um grupo de entidades que a encaminhou para a expiação dos males que causara. Tornou-se então uma das falangeiras de Maria Padilha. Hoje em nossos terreiros atende pelo nome de Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga, onde, demonstrando uma educação esmerada e um carinho constante atende seus consulentes sempre com uma palavra de conforto e fé exibindo um sorriso cativante. Salve minha mãe de esquerda!

MARIA NAVALHA
Alguns diziam que ela era mulher de vida fácil, porém ela sempre trabalhou muito para sustentar seu irmão doente mental. Trabalhou no cais, nos mais diversos bares, botecos e Bin bocas que já existiu lá fez fama pelo seu temperamento rude e de difícil amizade, talvez, por sua vida humilde.

Logo após nascer seu irmão houve complicações com o parto, vindo a falecer a Mãe, uma mulher doce e dedicada aos seus filhos e marido. O Pai, um militar muito severo, não conformado, rejeita o próprio filho e foi aí que Maria Regina das Dores, mais tarde chamada de Maria Navalha, se pôs: entre o Pai martirizado pela morte de sua amada e um filho que apresentava uma deficiência mental. Tudo isso a coagiu para uma vida de sofrimentos e angústias. Logo depois, o pai também se foi. Morreu de tristeza, pois não suportou a partida de tão doce mulher.

Após seu falecimento, eles tiveram que se mudar para um lugar muito humilde. Então, Maria Navalha, com seus 14 anos, começa entender que a vida para as mulheres na década de 50 não era tão fácil assim.

Trabalhou em casa de família, mas seu jeito meigo logo atraia os olhares maliciosos de Patrões sedentos de desejos e foi por um deles que ela acabou deixando-se seduzir. Com esse patrão, ela compartilhou 10 anos de sua vida, até que um dia ele se foi sem deixar nenhuma notícia. Ela que sempre foi contra a dependência, logo naquele momento voltava para a rua da amargura com seu irmão que sempre estava ao seu lado. Seu desvio mental em nada comprometia o carinho e afeto de irmão e amigo que ela sentia. Foram muitas as noites que ela se pegou chorando, sem ter o que comer, com fome e frio na rua. Até que um dia se mudaram para o porto, de onde sigo com minha história.

Não demorou e logo arrumou um emprego de garçonete em um prostíbulo. Ela era tão assediada que as meninas que ali ganhavam sua vida vendendo seu corpo se incomodavam com aquela bela jovem que agora já tinha seus 25 anos.



Em meio as várias pessoas que ali freqüentavam, apareceu, um homem negro, bem trajado, de terno de linho branco e com uma gravata vermelha que deixava um ar de conquistador. Ele, então, pediu uma bebida: “me da uma Bhrama de meia minha querida” - disse aquele homem que tremia os olhares enquanto esperava. Em seguida, sacou de seu bolso um baralho com que ficou a cartear em cima da mesa provocando o olhar de muitos ali naquele local. Não demorou muito, chegou o primeiro querendo saber o que mais do que boa pinta o nobre negro vestido tinha a oferecer. Então, ele tirou seu relógio e disse: “tenho isso”. Era um relógio ainda de corrente, muito bonito por sinal. E foi só com isso que ele depenou os pobres freqüentadores do local. Entre uma rodada e outra, seu olhar se virava para a Maria, doce, bela e bonita e ela correspondia com um sorriso de deboche, ao acabar com quase todos ali presentes e com o bolso cheio de “pataco” ele se levantou, como se é de costume e pediu uma Parati (pinga) para finalizar sua noite. Ele nunca passava das 03:00 da manha. Eram ordens expressas de uma vidente. Então, tomou a Pitu, uma pinga que lhe dava ânimo para chegar a sua morada. Antes de sair, agradeceu à Maria e se foi.

Após algumas horas de sua partida, Maria, cansada por mais um dia de exaustivo trabalho, também foi se embora e ao passar por uma viela escura, um caminho mais curto, próximo a Av. Mem de Sá, se deparou com duas pessoas suspeitas, que tinham um olhar de maldade e cobiça. Nisso, ela apressou seus passos na tentativa de despistar aqueles homens estranhos. Quando ela sem esperar, outro homem a cerca entre as vielas, segura a em seu braço e lhe diz: “olá, bela moça. Vejo que me viu perder tudo que tinha nos bolsos para aquele homem de terno e não quero mais perder, pelo menos quero você agora como uma recompensa pelo pataco perdido. Também vi que dava risada da minha má sorte ao lado daquele negro malandro!”.



Nesse instante, ela correu em direção ao outro lado da viela e lá estavam os dois que a estavam perseguindo. Sentindo–se sem salvação, começou a pedir para São Jorge, seu santo de devoção a quem sempre teve um grande carinho e fé, para que a socorresse. Como em um passe de mágica, mais do que depressa, veio aquele negro todo engomado, cheio de passos bonitos até pra andar e disse: “Boa noite seu moço, você diz que me conhece, tem razão de me conhecer, eu nasci de madrugada antes do dia amanhecer”.

Em seguida, retirou do bolso da sua calça, uma navalha e como se fosse cortar um papel perfura o rosto do perdedor inconformado, que logo sai todo molhado com seu próprio sangue ruim e cheio de ódio. Os dois, mais do que depressa, também resolvem se retirar por medo ou por simplesmente vontade de não estar ali naquele nevoeiro que aumentava cada vez mais, fazendo o pavor crescer ainda mais.

Ao se virar, Maria percebeu que a roupa branca do nego malandro estava cheia de sangue, resultado do corte do inimigo que tentara incomodar a bela mulher. Então, num intuito de agradecer ao seu belo herói, ela o convidou para que ele fosse pelo menos amenizar as manchas que estivera em sua nobre roupa e eles, assim, foram conversando, dando muitas risadas e ela cada vez mais seduzida e ele cheio de chamego pela bela moça.

Ao chegar, ele retirou o paletó e ela começou a lavá-lo. Em seguida, deixou-o secar um pouco, porém, não houve sucesso na retirada de toda a mancha e eles começaram a beber.

Ela tinha, não se sabe porquê, uma garrafa de coquinho que serviu a si e ao herói. Ele, cada vez mais sedutor, fazia-a dar altas risadas enquanto o irmão dela roncava em sono pesado, sem imaginar que tinha visita.

De tanto beber, ela acabou adormecendo e ao acordar sentiu algo diferente em si mesma, como se estivesse mais ousada, mais capaz, mas forte. Ao se levantar, o belo homem já tinha ido sem deixar rastro, apenas um bilhete e a navalha em cima como apoio. No bilhete, ele dizia:


“Obrigado por confiar em mim. Essa navalha nos une para todo o sempre e com ela vais cortar a injustiça, a maldade e a mentira. Saiba usar porque seu fio de corte está ligado diretamente ao seu coração saiba separar os bons dos maus e eu estarei sempre ao seu lado”.




Seu olho se encheu de água com a partida do seu eterno herói, sem nem ao menos um beijo de despedida, nada, apenas aquela navalha. Logo ela que demorou tanto para se simpatizar com outro homem, mal isso tinha acontecido e já houve a separação.

Conforme ele disse, ela fez. Sempre que precisava de ajuda, a navalha a ajudava, tanto que os homens e pessoas ruins a apelidaram de Maria Navalha. Não havia quem a não conhecia.

Logo que a vida começou a melhorar, ela comprou um chapéu Panamá de fita vermelha igual ao do seu amado e usava sempre para todo lado que ia. Às vezes, achavam que ela gostava de mulheres, pois fazia uma cara de mau e brigava como um homem, mas na verdade ela sempre esperava um dia poder reencontrar seu grande amor. 



RAINHA DAS SETE ENCRUZILHADAS



Foi uma Rainha no seu tempo na terra, diz a história ter sido ela uma linda cortesã que amarrou o coração de um Rei Francês que a tornou Rainha. Passou-se alguns anos e o Rei veio a falecer. A rainha passou a tomar conta sozinha do seu reino o que deixou alguns membros da corte indignados porque ela não teve filhos para deixar o trono como herança e tampouco parentes sangue azul para substituí-la após a sua morte.


 Devido a tenacidade da rainha o seu trono começou a ser cobiçado por outros reinos o que trouxe muita preocupação para a política da corte, então o conselheiro real convenceu a Rainha a casar-se novamente com um homem cujo o reino fosse ainda maior que o seu para juntos vencerem as batalhas e trazer ao reinado a paz e a tranqüilidade que já não tinham mais. Um dia surgiu no castelo um homem que se dizia seduzido pela beleza da rainha e dono de um reinado incalculável no oriente e a pediu em casamento, a rainha preocupada com destino da sua corte e pela proteção de seu trono, aceitou a oferta de imediato e logo em seguida casaram-se. Não demorou muito a querida rainha foi envenenada pelo seu atual marido que logo após se titulou o Rei e começou a governar a corte da pior maneira possível. A saudosa rainha após o seu desencarne chegou ao mundo astral muito perdida e logo começou a habitar o limbo devido a faltas graves que na terra havia cometido.

Depois de algum tempo na trincheira das trevas do astral a Rainha foi encontrada pelo seu antigo Rei que no astral era conhecido como Senhor das encruzilhadas, este senhor passou a cuida-la e incentiva-la a trabalhar do seu lado para as pessoas que ainda viviam no plano material aliviando suas dores e guerreando com inimigos astrais... O feito deste casal no astral tornou-se tão conhecido e respeitado que o Exu Belo nomeou o Senhor das encruzilhadas como Rei das Sete encruzilhadas e prontamente o Rei nomeou a sua Rainha. Juntos eles passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e sob o seus comandos milhares de entidades subordinadas que fizeram do Reino das sete encruzilhadas o maior reino do astral médio superior.

Passou-se muitos anos e o Rei que havia envenado a rainha veio a morrer durante uma batalha, e este foi resgatado pelos soldados da Rainha das sete encruzilhadas e o mesmo foi levado até ela. O homem ainda atônico sem entender ainda o que estava acontecendo com ele, se viu diante daquela poderosa mulher a qual foi obrigado a curvar-se e a servi-la para o resto da sua eternidade como castigo por ter-la envenenado. E hoje através das suas histórias que compreendemos que o povo de exu não são entidades perdidas do baixo astral e sim entidades respeitadas e de muita importância no mundo astral superior e inferior.

A Pomba-Gira Rainha das Sete Encruzilhadas adora a cor Maravilha, Vermelho, Preto e Dourado trazendo na mão um cetro de ouro. Suas oferendas são sempre as mais caras, pois ela é muito exigente. A Pomba-Gira Rainha das 7 Encruzilhadas também é conhecida no sudeste do país como “Dona 7” Se apresenta como uma mulher de meia idade, muito reservada , educada, iteligente e culta. Ao contrários que muitas pessoas pensam... é uma entidade calma e tranqüila, mais quando chega ao mundo para deixar seu recado, traz na garganta um grito de guerra onde expressa todo o seu poder de vitórias.



AS TRÊS GIRAS DAS ALMAS



Conta a história que no século XIII existiu em uma aldeia da Irlanda 3 irmãs donas de poderes ocultos... a qual ajudavam muitas pessoas em trocas de presentes e dinheiro. Elas eram consideradas bruxas mercenárias que se aproveitavam do seus poderes para ter uma vida de luxo e de fama. Muitos eram os Reis e Rainhas que ao saberem dos poderes das três irmãs recorriam a elas ...


Um dia a Igreja Católica soube da fama das três irmãs bruxas e também do seus vastos bens adquiridos com suas magias... resolveram condenar as três moças a fogueira e com isto mostrar que o verdadeiro poder só vinha de Deus.
As três bruxas foram queimadas em uma sexta-feira de lua nova... onde o céu se mostrava em profunda escuridão, seus corpos carbonizados foram colocados em 3 urnas, onde foi passado correntes e cadeados e jogados em um calabouço, para mostrar ao povo que na verdade elas pertenciam ao inferno.

No mundo astral quando as três irmãs lá chegaram... foram recebidas por uma entidade muito poderosa chamada de Rainha das Almas. Esta senhora bruxa ao receber as meninas se identificou como mãe delas que havia as abandonado para fugir com um cavaleiro errante quando as meninas ainda eram muito crianças. 

As moças ainda se encontravam muito fracas e em estado lastimável devido as queimaduras a qual foi o real motivo do seus desencarnes, passando algum tempo as moças foram recuperando seus perispíritos e novamente se transformaram em lindas moças... O astral as batizou como as Três Giras das Almas e elas a partir daí começaram a trabalhar nos caminhos das almas trazendo, amor, dinheiro e felicidade para todos que iam até os portões de cemitérios pedir suas graças.

Estas três entidades trabalham juntas e não costumam incorporar quando estão na terra a trabalho. Elas recebem suas oferendas e pedidos no portão dos cemitérios nas sextas-feiras de lua nova e sua mãe a Pomba-gira das Almas também deve ser saudada, pois é a ela que se deve pedir a permissão para as moças trabalharem... Estas giras são muito eficientes em tudo o que a elas é pedido, tanto para atrair ou afastar amores, abertura de caminhos, trabalhos e feitiços. Tomam champanhe doce e suas velas e rosas oferecidas são brancas. 

Costumam ser muito rápidas na concretização dos seus trabalhos e quando estes realizados... são boas cobradoras e não admitem calotes, por isto ao fazer um pedido a estas três moças... lembra-se que o que for dado deve ser pago na mesma rapidez.

Ao chegar no grande portão de três salavão, de saravá a Rainha das Almas e que chame as moças giras pra me ajuda! Elas vem vestidas de branco e seus brilhos são mais fortes do que qualquer luar! Saravá lindas moças e salve a quem vai trabalhar!


RAINHA DA CALUNGA



A rainha dos sete cruzeiros da calunga é confundida com a pomba-gira da calunga que vem a ser sua subordinada, a rainha da calunga é uma gira de poder e glória, pois é uma constante guerreira pois para manter sua morada em ordem "é coisa que dá muito trabalho!" como ela mesmo diz! Trabalha para abertura de caminhos, não gosta de fazer amarrações, mais gosta quando é pedido a seu socorro por uma união feliz! 


Esta gira tem muitas subordinadas, por isto para pedir um favor seu esteja na calunga exatamente a meia-noite de uma segunda-feira de lua cheia, pois antes disto ou depois desta hora você não será atendido! Ela trabalha com tudo na hora certa e só aceita pedidos se estiver incorporada. Se apresenta como uma nobre senhora, que fala pouco e franco, mais que não deixa dúvida em suas palavras.

Recebe, rosas vermelhas, bebidas finas, cigarrilhas e fitas na cor branca e preta... seus cigarros tem que serem acesos e suas velas pretas e brancas em números de sete.
Acredite nesta senhora e tenha fé que ela o protegerá!

"Nos cruzeiros da calunga eu sou rainha, meu tempo é curto e bravo! dou conta do seu pedido, mais seja breve e saia calado! No meu reino eu mando... muito trabalho tenho sim senhor! Vida de rainha não é fácil, mais minha coroa tem valor!"





ROSA CAVEIRA


Esta entidade que acompanha o Exu Caveira, trabalha na linha dos cemitérios e por lá tem muito prestigio! quando alguém quiser ofertar esta pomba-gira, não esqueça do marafo do Seu Caveira, pois caso contrário ele não irá deixar ela te receber. 





Bom essa Lenda que será contada aqui, pertence à uma de suas vidas passadas, lembrado que nem sempre a Rosa Caveira que incorpora em Cicrano, é a mesma que incorpora Fulano. Então a historia poderá ser diferente da outra, mas sempre será a mesma Rosa Caveira. Larôye Pomba Gira.
Ela viveu aproximadamente á 2.300 anos antes de Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, sendo que seu nascimento, deu-se na primavera e a mãe dela tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e amarelas, que rodeava toda sua casa. 
E foi nesse jardim, onde ocorreu seu parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só praticavam o bem para aqueles que os procuravam, e sua mãe tinha muita fé em um cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes eram enterrados.
 No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, e dificultava o nascimento da mesma e estava perdendo muito sangue, podendo até morrer no parto. Foi quando a avó da Rosa Caveira que já havia falecido há muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, sendo que sua mãe com muita dificuldade e a ajuda de sua avó (falecida), conseguiu dar a luz a Rosa Caveira, e como prova de seu Amor a neta, sua avó, colocou em sua volta, várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de ROSA CAVEIRA, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e encima de um Campo Santo (cemitério), e também por causa da aparência Astral de sua mãe (avó), que aparentava uma Caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou com o nome de ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO, conhecida com o nome popular de Rosa Caveira.

Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de modo diferente pela suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu aniversario sua avó ia visitá-la (espiritualmente), e por causa destas visitas e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e começaram a maltratar a Rosa, debochar dela, chamar ela de amaldiçoada pois havia nascido encima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta, de caveira dos infernos, etc. E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda de pessoas que por ventura a fosse procurar.
 Sua avó vinha sempre lhe dizer que ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu pai muito atencioso a ensinou tudo o que ela poderia apreender, e também ensinou-a a manejar espadas, lanças, punhais, ou seja, armas em geral. Sua mãe lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, porções, perfumes, e principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro. 
Foi ai que suas irmãs ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó), e ter nascido encima de um cemitério.
Suas irmãs se casaram com agricultores da região, porém uma de suas irmãs (a mais velha), se aperfeiçoou em Magia Negra, e por vingança do carinho e a presteza que seus Pais davam a Rosa e não a elas, não porque seus pais gostavam mais dela, pois eles tinham amor igual a todas, mas Rosa demonstrava mais interesse do que as outras, ela fez um feitiço que matou seus pais. 
A Rosa com muita raiva, matou sua irmã e seu marido. As outras irmãs com medo dela, juraram lealdade a ela e nunca mais zombaram dela.
Aos 19 anos ela saiu ao mundo querendo descobrir algo novo em sua vida, foi quando ela conheceu um homem (Mago) que tinha 77 anos, e juntos com seus 4 irmãos, ele foi ensinando a ela varias magias e feitiços, tudo sobre a vingança, o ódio, a dor, pois esse homem era o Mago mais odiado e temido da redondeza pelos Senhores Feudais e Magos Negros. Vivia em um cemitério com seus 4 irmãos e discípulos. Ela aprendeu a ver o futuro e fazer várias Magias de um modo diferente, sempre usava um crânio tanto humano como de animal e em sua boca colocava uma rosa amarela, foi quando em uma de suas visões, viu suas irmãs planejarem sua morte. Ela por sua vez muito esperta, fez uma Magia, que matou todas suas irmãs. Após fazer isso ela voltou a companhia do mago, e com sua ajuda percorreu várias aldeias, causando guerras para fazer justiça e para livrar os povos dos Senhores Feudais, e também livrar esses povos de encantos de Magos Negros e Feiticeiros Malignos, e por causa disso ela era muito venerada, adorada e respeita por todos. Aos 99 anos, seu amado e seu mestre, morreu e ela assumiu seu lugar junto com o irmão mais velho do mago.

Aos 77 anos ela foi traída por um dos irmãos do mago falecido, o terceiro irmão, que a entregou a um mago que estava a sua procura, este Mago era um dos mais temidos e perversos e que sabia o ponto fraco dela. Com a ajuda desse irmão, esse Mago a matou, e degolou a Rosa e entregou sua cabeça em uma bandeja de ouro rodeada de rosas vermelhas, para os Espíritos dos Magos Negros. Após isso ela ficou aprisionada espiritualmente por esse mago até ser liberta pelo seu amado e mestre o mago falecido, que entregou a falange do Exu Caveira. O irmão do mago que a traiu, foi morto 3 anos depois pela própria Rosa, que deu sua alma de presente a seu Amado e Mestre, se tornando assim seu escravo.

Foi ai que ela começou a trabalhar na linha das almas e ficou conhecida como Rosa Caveira (Pomba-Gira Guerreira e Justiceira), pois em sua apresentação astral ela vem em forma de mulher ou caveira, ou meio a meio sempre com uma Rosa amarela em suas mãos e uma caveira aos seus pés, caveira esta que representa, todos seus inimigos que cruzam seu caminho.
Trabalha na linha das almas e faz parte da falange do Exu Caveira e Tava Caveira
Seu ponto de força, é no cruzeiro das almas, onde são entregues seus pedidos e oferendas.
Sua Flor preferida é Rosa Amarela
Sua guia é, preto e branco ou amarelo e preto.
Pertence a linha negativa dos pretos velhos.
Pontos
Rosa amarela, rosa vermelha
Lá no cemitério onde mora Rosa Caveira
Recebe suas oferendas nos portões ou no segundo cruzeiro do cemitério. Suas velas são pretas e brancas e sua oferenda leva bolinhos de carne moída crua, com pimenta , sal e dendê. Adora rosas e perfumes e trabalha para o que você quiser! Cuidado para não fazer o mal a ninguém, pois ele sempre voltará a você! Entregue seus problemas a Rosa Caveira, pois saberá como resolve-los sem atrapalhar ninguém!






"Caveira me chamou! Espera aí que eu vou! To chamando para pular fundanga...espera aí que já vou... Vem logo Rosa Caveira, meu tempo é ouro e seu manto é negro e prateado... Você faz par com o seu dono... quando eu chamo, não me deixa de lado...!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Jagun

A HISTÓRIA DO ORIXÁ JAGUN


Jagun Orixá Agbará Esé Egi Iroko

Segundo as lendas e itans, conta-se que Jagun, era Guerreiro dos Exércitos de Obatalá e que foi enviado às Terras de Omolú para lutar pela páz em nome de Oxalá. Por isso, ele é cultuado em algumas nações como “Qualidade de Omolú”, por ter passado vários anos em terras de Omolú.  Trata-se de um Orixá Funfun, pois o culto a Jagun nasceu no Ekiti Efon, por esse motivo Jagun é cultuado no Axé Efon como um Orixá separado de Omolú.

Antes dele ter ido para as terras de Omolú já existia seu culto no Ekiti, onde era sua terra natal. Assim também conta seus itans que Jagun teve passagem não só nas terras de Omolú, mas também nas terras de Ifé (Terra de Ogun) e Elegibô (Terra de Osayan). Pela ordem do meridilogun, Jagun responde no Odú Ejionilê (oitavo Odu) Odú regido por Oxaguiã, Odú no qual também respondem outros Guerreiros Brancos como Ogun-Já e Oxaguiã Ajagunãn. Pela ordem de chegada dos odus, o culto a Jagun nasceu no Odu Okaran.
Os filhos de Jágun, tem aparência jovem, são autoritários, arrogantes, guerreiros, justiceiros, briguentos e agitados, fortes na adversidade, costumam fazer tudo à sua maneira, ouvem conselhos dos outros, mas costumam seguir sua própria vontade…São pessoas trabalhadoras, gostam de tudo rápido, exigem asseio, limpeza; são pessoas impulsivas; pessoas de espírito livre; enjoam de tudo facilmente; são dados a paixões violentas e passageiras, são curiosos, adoram viajar. Possuem grande proteção espiritual, boas amizades e, quase sempre, caminhos abertos. 


Possuem comportamento delicado, são honestas, dedicadas e atenciosas. Vivem com grandes esperanças, estão sempre apaixonadas, são sonhadoras, sofrem e se desdobram para ajudar e defender os amigos. Quando são repudiados ou sofrem algum tipo de traíção podem se tornar extremamente vingativas e amargas. Apesar de serem guerreiras e obstinadas, as pessoas de Jágun, às vezes se isolam preferindo ambientes calmos e tranquilos. 

A personalidade dos filhos de Jágun é um misto de caracteristicas de Ogun, Omolú e Oxaguiã.
Jágun, é uma palavra Yorubá, e significa: Guerreiro, Soldado.
Jagun é um Orixá ambicioso, luta para conquistar posição alta sem ver de que maneira…Apesar de ser Orixá Funfun (branco), é considerado e cultuado como Santo de Guerra, “santo quente”, carrega uma lança prateada na mão e um facão ao adaga e muitas das vezes dependendo do caminho de Jagun ele usa até um ofá nas mãos,pois conta se um itan que Oxalá o nomeia como o guerreiro de todas as armas veste-se somente de branco.

Usa contas brancas rajadas de preto e dependendo da qualidade, intercalada com contas brancas, gosta também de contas feitas de buzios e marfin. Jágun é Orixá Jovem,quase chega ser um menino adolecente de Obatalá .. Ligado a Obatalá (Rei no pano branco ), tem caminhos com Ogun Já, Oxaguiã – Ajagunãn, e Ayrá. Tem caminhos também com Yemanjá e quase todas as Yabás, pois elas acalmam sua fúria.Quem traz Jágun ao barracão é Oxaguiã. 

Ele é considerado o “protetor” e “guardião” de Oxalufã.
A dança de Jágun é extremamente guerreira, começa com movimentos lentos, dança empunhando sua lança e adaga, seu momento de “êxtase” é quando salta e se sacode todo empunhando a lança de um lado para outro, tamanha é sua fúria guerreira nessa hora. Segundo as lendas, a lança prateada de Jágun, durante as batalhas e guerras, além de ser usada para proteção contra os males e feitiçarias e abrir os caminhos, deixava seus inimigos cegos após serem feridos por ela. 

Jagun, assim como Ogun, é um grande caçador, e por sinal foi ele quem ensinou seu irmão Oxóssi a caçar. Ele nao deixa também de ser um guerreiro, assim é Jagun, um grande guerreiro mas também um grande caçador. E algumas de suas cantigas relatam isso. Conta o itan de Ogi-Ogbé/Okaran que existiam três irmãos: Já, Jágun e Ajagunãn. Eram três Guerreiros que pertenciam aos exércitos de Obatalá, lutavam e venciam todas as guerras e batalhas em nome de Oxalá e eram os Guardiões deste Orixá. 

Eram chamados de Guerreiros Brancos, por se vestirem somente com trajes brancos em homenagem a Obatalá. Eram considerados invencíveis, por sua bravura e coragem, nunca perderam uma batalha sequer. Sempre muito unidos, nunca se separavam. Mas um belo dia, os três irmãos guerreiros, foram guerrear contra a cidade de Oxun. Oxun com a grande sabedoria dos poderes de Ya mi, foi avisada que seu reino seria atacado. Oxun ficou desesperada e foi até Ifá para saber o que faria. 

Orumila mandou ela fazer um ebó,  sacrificar oito Igbis à Oxalá e com o casco fizesse um pó e soprasse nas terras de Osogbo. Assim Oxun fez, quando os guerreiros chegaram para invadirem as terras, eles ficaram tontos e se perderam um do outro. Aí que Jagun foi para as terras de Omolú, Já para as terras de Ifé Ogun, e Ajagunã para as terras de Oxagyan. Mas mesmo assim, os três irmãos sempre estão juntos, respondem um pelo outro, eles continuam a ser Guerreiros Brancos, ou seja, são considerados Orixás Funfun, e sempre ligados a Obatalá, seus caminhos se cruzam…os três irmãos Guerreiros continuam nas batalhas, sempre guerreando pela Páz. 

Deram essa característica guerreira aos seus filhos. É por isso que o culto a Jagun foi assimilado ao de Omolú, sendo que depois disso conta o Itan que ele viveu alguns anos nas terras de Omolú e que lá encontrou uma linda mulher que também nao era das terras, mas estava lá por outros motivos, e se apaixonou por ela, tiveram filhos e se amam até hoje, e essa linda mulher era Yewá . Lá, ele se juntou com o Orixá Osayn e passou a ser um grande curandeiro, e em tempos de guerra ele cuidava dos guerreiros feridos com as porções e ervas mágicas que Osayn o ensinou.

Jagun teve uma trajetória muito grande e bonita nas terras de Omolú, mas depois de anos retornou as terras do Ekiti-Efon, onde Oxun era rainha e Osagyan grande gurreiro e protetor do palácio e cidade de Oxun. Conta-se também que Jagun foi às terras de Osogbo, para destruir a cidade e buscar Oxun, pois Oxun tinha sua cidade onde era rainha Ekiti Efon, entao por ordem de Olooke ele fui buscá-la. Depois disso tudo ter acontecido, Jagun viveu anos nas terras de Omolu, Oxagyan trouxe Oxun de volta para Ekiti-Efon, por isso muitos acabaram se equivocando ao falar que foi Oxagyan quem deu as terras de Ekiti para Oxun, mas nao foi isso que aconteceu, ele apenas trouxe Oxun de volta a terra onde ela nasceu e era dona junto com Olooke seu pai.

Orixá Olooke vendo o prejuizo que Jagun teve e o tempo que ficou em outras terras, por causa de seu pedido de buscar Oxun, intitulou Jagun Olu Efon (Guerreiro senhor de Efon), para retribuir o tempo que Jagun ficou afastado de sua terra que tanto amava (Ekiti – Efan). Orixá Jagun foi muito confundido com o culto à Omolu e Obaluaye, e foi por esse motivo que muitos de seus fundamentos se perderam, mas graças a Olorum e ao Axé Efón, está sendo resgatado todos os preceitos e orôs..Jagun possui caminhos próprios, como Jagun Odé, Arawe, Agaba e outros..Jagun um Orixá exclusivo do axé Efon, mas que foi migrado para as terras de Gege Mahí e Ketú….Jagun é um lindo Orixá de grande valor no Axé Efón, lembrando que o culto à Jagun no Efón (efan) é separado de Obaluaye….
 
Aqui vamos relacionar alguns caminhos de Jagun ...

Jagun Arawê, ligado a Ossayn e Oxaguian

Jagun Igbonan, ligado a Ayrá,Oya e Obá

Jagun Algbá, ligado a Exú, Oxaguian, Oxalufan e Oxun Yeye Ayalá

Jagun Odé, ligado a Odé Inlé, Ogun Jáe todos os caçadores

Jagun Agbá funfun, ligado a Oxalufan, Iyemanjá e Oxun

Jagun Seji Onan ou Ajoji, ligado a Exu e Ogun



Suas folhas: Akoko, algodão, saiao fortuna. folha de obi, folhas de iroko , folhas oguegue e todos folhas de Oxalá…


Orins T’Jagun :

(cantigas de Jagun)

Jagun Abagbá Jagun Abgbá
Arawrá ae
Arwrá ae
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Já,Ajagun,Ajagunan
Pele já ae
Ja, Ajagun, Ajagunan
Pele já ae
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Jagun Olu Efón
Jagun Olu Efón´
Jagun Efón Jagun Efón
***********************

Awure Babá Jagun
Awure Babá Ajagun o
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             O MISTERIOSO OGUM XOROQUÊ                                     









O Nome Sorokê, pode derivar de Osô-Arô-Okê, sendo que a partícula Osô significa “detentor do poder mágico”, Arô designa “um deus velho ou antigo” e Okê é “a montanha”, formando então o nome “antigo deus da montanha detentor do poder mágico” ou mais comumente, “Senhor do Alto da Montanha”. E não erradamente como veicula por entre cultos “aquele que grita mais alto” 


A nomenclatura Osô é um termo também utilizado para os Antigos Feiticeiros, ou designar “feitiço”, “maldição”, bem como nomes de deuses antigos há muito tempo esquecidos como Dsô, Osôgbô, Osô, deuses relacionados aos vulcões e montanhas, associados aos Vodun da família do Raio e do Trovão, como Heviosô, análogos ao deus Dzacuta ou Xangô. 

Ogun sendo um deus da forja dos metais e do fogo, provavelmente, se fundiu, ou foi confundido, com o Orixá Okê e seu Exú Sorokê ligados não somente ao Pico das Montanhas, mas também aos vulcões. 

Ogun Sorokê, portanto, é um Ogun ligado aos vulcões, ao magma e ao culto aos Osô ou feiticeiros seguidores de Okô. 









É além de um deus vulcânico um grande feiticeiro, portador do segredo da forja de todos os metais, inclusive do ouro. Por isso sendo considerado o “Senhor da Riqueza” 
É possuidor da riqueza assim como o seu Orixá Meji Okê que é um deus também da prosperidade e da abundância. 

É descrito metade Imole Exú Sorokê e metade Ogun, sendo portanto um deus da guerra, dos caçadores, da forja dos metais, das armas e da magia contida no ouro e no ferro. Para se reconhecer um filho genuíno de Xoroquê, esse Ogum vira na cabeça do filho primeiramente como Exú, trabalha sete giras como Exú, e na sétima caída de orí, ele Nasce como Ogum...Esse é o diferencial pra se reconhecer esse Ogum. Tanto nas nações quanto Umbanda, esse Ogum é Exú primeiro, por isso muitos filhos deste Orixá, são tidos como filhos de Exú, mas como muitas nações não cultuam Exú como Orixá, então é cultuado Ogum Xoroquê, seu fundamento é todo Duplo, ao se fazer seu assentamento, assenta-se Ogum e Exú, suas vestes são no azul noite, preto e vermelho, suas guias são nessas cores, mas em seu fundamento tem que ter a guia de Ogum e a guia de exú, em suas saídas, sai-se primeiro como Exú, com o Tridente na mão e depois sai como Ogum é quando Xoroquê cruza a espada com o tridente, tem que fazer um amalá de inhame cozido em forma de vulcão, pois Xoroquê foi lançado fora do Vulcão, é um Orixá quente, que esquenta seu filho facilmente. Os filhos deste Orixá são tidos como irresponsáveis e temperamentais, não toleram a mentira, mas estão sempre se metendo em brigas, que muitas vezes não são deles. 



OGUM  XOROQUÊ  NO  BRASIL: 


O culto ao Orixá Okê, tal como, o dos Orixás Okô, Gunokô, Bayanni, Oduduwa, Onilê, Rowú e outros deuses que deixaram de serem cultuados no Brasil, perdeu um pouco das raízes africanas, sendo estes considerados deuses quase que extintos no Candomblé. 

Isso também aconteceu com Ogum Xoroquê, sendo muito comum alguns sacerdotes de Candomblé denominar este como “um Exú de Umbanda”, ou seja, um Ekunrun ou um guia como os pretos-velhos, caboclos, boiadeiros, ciganos ou entidades de “incorporação” em “médiuns” umbandistas. 

Ogun Xoroquê (Sorokê), portanto, não é nem “exú de Umbanda”, nem Egun, nem “caboclo encantado”, ekunrun e afins, é um Orixá que surgiu de um culto do Orixá Okê e seu Imole Exú Sorokê fundido com o culto do Ogun Xoroquê (Sorokê).







LENDA DE XOROQUÊ

Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. 


Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade exu por muitos do candomblé). 


Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Exu e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire.






AS CONJURAÇÕES DE XOROQUÊ






As conjurações deve ser feitas sempre que se for dar alguma oferenda ou fazer algum pedido.
essas conjurações devem ser feitas por uma unica pessoa e ninguém poderá ver vc fazer essa oração


PRIMEIRA CONJURAÇÃO: Senhor Xoroquê, Rei do Ouro, Senhor das nobrazas e das farturas, invoco-te por parte do Maioral todo poderoso, para que neste exato momento, coloques teus sete emissários em meu favor, para solucionar o que preciso, no prazo de sete minutos,sete horas ou sete dias, pois para isto foste criado.




SEGUNDA CONJURAÇÃO: Senhor Xoroque, assim como o bode berra, o fogo estala e a fumaça sobre, eu...(diga o seu pedido)quero que meus desejos sejam agora a mim dirigidos, como a luz do sol clareia a terra,tu, com as sete forças do espaço, irás dirigir a mim tudo aquilo que eu quero e preciso neste exato momento, dentro do curto prazo de sete minutos,sete horas ou sete dias, poispara isso foste criado.




TERCEIRA CONJURAÇÃO; Senhor Xoroque,tu que tens o grande poder de aliviar-me de todas as necessidades materiais, neste exato momento suplico e ordeno-te farás com que as tuas sete falanges do espaço venham em meu socorro no curto tempo de sete minutos sete horas ou sete dias, pois para isto foste criado.
















quarta-feira, 18 de maio de 2011

Materiais para venda









SINOPSE: Mãe de Santo é uma minisséria brasileira produzida e exibida pela Rede Manchete em 1990.

A história não possui uma trama central. Uma mãe-de-santo do Candomblé, vivida por Zezé Motta, narra, em seu terreiro, histórias mitológicas dos deuses africanos: Exu, Ogun, Oxóssi, Ossãe, Omolu, Xangô, Logun Edé, Oxumarê, Oxalá, Iansã, Oxum, Iemanjá, Ewa, Obá e Nanã.
Nos 16 episódios que compõem a minissérie, são mostrados, de forma singular, os rituais tradicionais do Candomblé, bem como, as características, personalidade e comportamento dos filhos desses orixás.

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SINOPSE: A luta de Pedro Archanjo para proteger a cultura africana e integrá-la à sociedade brasileira, criando uma nova cultura. Ele é guiado por Magé Bassã, sua mãe-de-santo, que lhe revela a missão de ser "a luz de seu povo.
A história se passa em Salvador e começa com a morte do velho ogã Pedro Archanjo, que passa mal ao tomar uma cachaça no bar, enquanto as rádios transmitem a iminente derrota do III Reich.
Numa penosa caminhada, na qual fortes dores no peito se misturam a visões dos orixás - Oxalá, Xangô, Oxóssi, Ogum, Iansã e Omulu - ele tenta chegar ao seu modesto quarto sem que ninguém perceba. Mas desmaia no caminho e é levado às pressas para o castelo de Cesarina, onde, à beira da morte, relembra aventuras, festas, amores e, principalmente, a sua missão de manter vivas na Bahia as culturas negra e mestiça, isto é, as raízes brasileiras.
Isso no cenário baiano embalado pelas histórias dos personagens que se cruzam ante à luta de Archanjo: a amizade com Mestre Lídio Corró, abalada quando Rosa de Oxalá, a mulher dele, apaixona-se por Archanjo; o amor proibido de Budião e Sabina, impossibilitado por causa da incompatibilidade de santos; a luta contra a intolerância e o preconceito racial dos poderosos; a relação de Archanjo com as mulheres, em especial à jovem Ana Mercedes, uma libertária; o amor inter-racial de Damião e Luísa, ela filha do Prof. Nilo Argolo, racista ferrenho e defensor da separação de brancos e negros.


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    História  dos negros que eram levados da África a força para outros países, tendo que se habituar aos costumes, religião, língua e cultura do homem branco.
A minissérie gira em torno da bondosa, porém sofrida Escrava Anastácia, que ainda com seu nome de batismo Ojú Orun, é caçada na África e brutalmente levada como mercadoria, sofrendo todo tipo de castigo e humilhação, através do navio negreiro rumo ao Brasil, onde é marcada em ferro em brasa, é vendida e passa a se chamar Anastácia. Ela passa a trabalhar num engenho de açúcar, uma grande fazenda, sendo forçada a aprender a língua portuguesa e a cultuar o catolicismo. O homem que a comprou, e agora seu senhor a quem deve obedecer em tudo sem contestar se chama Dom Antônio.
Anastácia revela ter o dom da cura, um dom mediúnico para curar as pessoas com rezas e ervas e passa a fazer essas curas em negros doentes e começa a despertar em seu senhor a atenção por sua imensa beleza, causando muitos ciúmes em sua patroa, Sinhá. Outro homem que fica perdidamente enfeitiçado pela negra é o Feitor Fluentes. Isso desperta a maldade entre o feitor e o senhor da fazenda, que pensam em satisfazer seus desejos sexuais com a pura escrava.
Nesse novo rumo que sua vida tomou, agora ela se tornou um ser infeliz, pois foi privada da liberdade a qual todos tem direito. Ela também sofre por todos os negros que estão na mesma situação de escravos, porém, mesmo sofrendo, seu bondoso coração jamais deixou de ajudar e amar o próximo. Nessa fazenda tudo de mau pode ocorrer a pobre escrava, já que agora ela passou a ser um objeto de trabalho e prazer, e não um ser humano, aos olhos crueis dos brancos ricos.
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Sinopse

O documentário faz uma viagem no espaço e no tempo em busca das origens africanas da cultura brasileira, partindo das mais antigas tradições religiosas afro-brasileiras: o Candomblé, da Bahia, e o Tambor de Minas, do Maranhão. Na Rota dos Orixás transporta o espectador para a terra de origem dos orixás e voduns, o Benin, onde estão as raízes da cultura jeje-nagô.

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O documentário Povo de Santo e uma singela abordagem dessa religiosidade de matriz africana na Bahia, com enfoque de quem proclama dessa fé. São vozes de Sacerdotisas Sacerdotes de importantes terreiros que foram e estão sendo reconhecidos pela Fundação Cultural Palmares para o posterior tombamento como Patrimônios Culturais do Brasil pelo Iphan. São terreiros das nações e ou etnias Angola (Banto), Jeje (Fon) e Keto (Ioruba), com influencia dos Caboclos (Encantados) dos índios nativos configurando a diversidade de panteões que cultuam os Inquiçes, Voduns e Orixas. 

Essas perolas religiosas dialogam entre si sobre o legado religioso ancestral africano, o segredo e o sagrado, o sacrifício e a fortuna, a intolerância religiosa, os conflitos dos evangélicos, a demonização do Candomblé, o preconceito racial, tradição e modernidade, as praticas afirmativas e em suma a magia e a beleza de professar a religiosidade de matriz africana. 

São apresentados depoimentos do Antropólogo Vilson Caetano Junior; de Mãe Noelia do Terreiro Mansu Dandalunda; do Alaba Balbino do Terreiro Omo Ilê Agbaoula; do Advogado e Ogan do Terreiro do Cobre Samuel Vida; Maria Clara do Terreir
o Gerebeta Gume Sogboada; do Arquiteto especialista em arquitetura do Candoble Fabio Velame; Baba Silvanilton do Terreiro Casa de Oxumare; Makota Valdina Pinto do Terreiro Tanuri Juçara; Mãe Cecília Soares do Terreiro Maroketu; Mãe Jaciara Ribeiro do Terreiro Abasa de Ogum; Tata Ancelmo do Terreiro Mocambo; Gaiaku Regina do terreiro Rupayme Runtologi em Cachoeira e do filosofo e educador, diretor da Ong Omi-Dudu Bartolomeu Dias. O dialogo entre a gente de santo so foi possível graças a metodologia da historia oral, como uma poderosa ferramenta do fazer histórico, do fazer cinematográfico e do fazer cultural.

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 filme Pierre Fatumbi Verger: Mensageiro entre dois mundos, sobre a vida e a obra do francês que se tornou baiano fundamental , foi narrado e apresentado por Gilberto Gil que encarna o papel de refazer os caminhos percorridos por Verger, nos três continentes: África, Europa e América; mostrando sua vida e pesquisa que se misturam aos olhos de quem começa estudá-lo.

O enredo do filme é intenso entre os mundos baiano e africano, o tempo todo somos embalados por atabaques tocados com força e vigor, o contraste sempre muito presente reforça o olhar que Verger tinha, misturado às cores e línguas que faz do mistério e do segredo personagens que estão ali, na Bahia, na África, em Verger, no filme.
Pierre Verger vê no ano de 1932 um marco, após a morte da mãe, torna-se um fotógrafo viajante. De dezembro de 1932 até agosto de 1946, foram quase 14 anos consecutivos de viagens ao redor do mundo, sobrevivendo exclusivamente da fotografia. Verger negociava suas fotos com jornais, agências e centros de pesquisa. Fotografou para empresas e até trocou seus serviços por transporte. Paris tornou-se uma base, um lugar onde revia amigos e podia fazer contatos para novas viagens. Trabalhou para as melhores publicações da época, mas em suas imagens observamos sempre o olhar atento que registrava os costumes e hábitos de negros por todo mundo. Na sua viagem à África Ocidental (1935-1936), Verger conhece a cultura iorubá e somente em 1946 chega a Salvador onde aguçou seu interesse pelas raízes dos costumes locais e a relação entre a cidade brasileira e o outro lado do Atlântico, iniciando uma pesquisa sobre a cultura e a religião africanas: cultos aos orixás, a botânica usada nos rituais, o comércio de escravos entre o golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos foram alguns de seus temas, Verger, como ele mesmo diz na entrevista incluída no filme, fixou-se na Bahia em "razão do charme de Salvador", onde inicialmente não "ousava" fotografar nenhuma pessoa de pele clara. Nessa pesquisa ele passa 20 anos entre os dois continentes, protegido por uma entidade; torna-se filho de Mãe Senhora, realizando um trabalho academicamente reconhecido, recebia uma bolsa de estudos e pesquisas do Institut Français d’Afrique Noire (Ifan) e como resultado apresenta a etnografia Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o Golfo do Benim e a Bahia de Todos os Santos, dos século XVII a XIX, um trabalho que mostra a forte relação de brasileiros em Benin e africanos em Salvador. A realização dessa obra se deu de uma maneira mais que participativa, Verger foi primeiramente iniciado no candomblé, é nomeado babalaô (pai do segredo,uma espécie de adivinho), se torna Fatumbi depois de batizado no Ifá (jogo de adivinhação que deu origem ao que é conhecido como jogo de búzios no Brasil) . Pierre Fatumbi Verger era integrante, participante e religioso, ganhou confiança, entrou no mundo de segredos e mistérios que pesquisava. Ele próprio dizia-se racionalista, que não acreditava e não se considerava pesquisador já que não possuía seriedade e vontade de perguntar tal como um pesquisador faz, naquele momento ele estava criando um estilo próprio de fazer etnografia, de pesquisar e fazer ciência. Em 1966 recebeu o titulo de doutor pela Academia na Universidade Sorbonne sem mesmo ter uma formação acadêmica, mas uma formação de conhecimento da realidade.