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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Orixás e Qualidades


Sobre as Qualidades de Orixas"


Existe sem duvida no Brasil uma questão muito polêmica sobre as multiplicidades dos orisas chamada por todos de qualidade de orisa
Para melhor entendimento é que na África não há qualidade de orisa; ou seja, em cada região cultua-se um determinado orisa que é considerado ancestral dessa região e, alguns orisas por sua importância acaba sendo conhecido em vários lugares como é o caso de Sàngó, Orumila, etc.
É de se saber que Esu é cultuado em todo território africano, da forma que  Osun da cidade de Osogbo é Osun Osogbo, da região de Iponda é a Osun de Iponda, Ogún da região de Ire é Ogún de Ire (Onire: chefe de ire), do estado de Ondo é Ogún de Ondo,etc. Na época do tráfico de escravos veio para o Brasil diversas etnias


Ijesas, Oyos, Ibos, Ketus,etc e cada qual trouxe seus costumes juntos com seus orisas digamos particulares, e após a mistura dessas tribos e troca de
informações entre eles cada sacerdote ou quem entendia de um determinado orisa trocaram fundamentos e a partir daí surgem todos esses aspectos, e essa quantidade de orisa presente aqui no Brasil, sendo que o orisa é o mesmo com origens diferenciadas.


É claro que por ter origens diferenciadas seus cultos possuem particularidades religiosas e até mesmo culturais por exemplo Oyá Petu tem seus fundamentos assim como Oyá Tope terá o seu, isso nada mais é, que uma passagem do mesmo orisa por diversos lugares e cada povo passou a cultuá-lo de acordo com seus próprios costumes. Um exemplo mais nítido é que aqui fazemos muitos pratos para Osun com feijão fradinho, entretanto num determinado país nãohá esse feijão portanto foi substituído por um grão semelhante e assim puderam continuar com o culto a Osun sem a preocupação de importar o feijão fradinho.


Outro exemplo de orisa transformado em qualidade no Brasil é Osun kare, Kare é uma louvação à Osun quando se diz: Kare o Osun! A palavra kare também é uma espécie de bairro na África, logo Osun cultuada em kare é Osun kare, e por vai surgindo desordenadamente essa quantidade de orisa aqui no Brasil.


 Imagine um rio que atravessa todo território Nigeriano e, em suas margens diversas etnias que num determinado local algumas pessoas diria que ali é a morada de Osun Ijimu (cidade de Ijumu na região dos Ijesa), mais para frente em Iponda diria aqui é a morada de Osun Iponda, mais para frente, em Ede esse rio terá o culto de Ologun Ede, o chefe de guerra de Ede segundo sua mitologia, e serão diversos orisas cultuados num mesmo rio por diversas etnias com pequenas particularidades. Isso acontece com todos orisas e suas mitologias fazem alusão a essas passagens e constantes peregrinação de seus sacerdotes quer por viajens comercias ou por guerras intertribais sempre espalharam seus orisas em outras regiões.


Outro fato interessante é títulos que algumas divindades possuem e foram transformadas em qualidades, por exemplo Ossosi akeran, akeran é um titulo de um determinado caçador (ancestral) com isso vamos na próxima edição analisar esses fatos e informar todas qualidades de orisa da nação keto que o sacerdote pode ou não mexer de acordo com o conhecimento de cada um, pois o nosso dever é informar sem a pretensão de nunca ser o dono da verdade Na próxima edição vamos diferenciar, títulos de nomes de cidades, nomes tirados de cânticos que as pessoas insistem em dizer que é qualidade de orisa.


Sobre a multiplicidade dos orisa. 
Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil (em Cuba chama-se caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes. Já sabemos que os orisa são venerados com outros nomes em regiões diferentes como: Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), isso torna o culto diferente. Temos também o segundo nome designando seu lugar de origem como Ogun Onire (Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orisa com outros nomes referentes as suas realizações como Ogun Mejeje refere-se as lutas contra as 7 cidades antes dele invadir Ire, Iya Ori a versão de Iyemanja como dona das cabeças, etc. Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orisas aqui no Brasil.



Vamos começar com Esu o primogênito orisa criado por Olorun de matéria do planeta segundo sua mitologia, ele possui a função de executor, observador, mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui que são epítetos e nomes de cidades onde há seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento de seu assentamento, ritual especifico e odu do dia. Não será escrito na grafia Yoruba para melhor entendimento do leitor.

Oba Iangui : o primeiro, foi dividido em varias partes segundo seus mito.

Agba: o ancestral, epíteto referente a sua antiguidade.

Alaketu: cultuado na cidade de ketu onde foi o primeiro senhor de ketu.

Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos esse objeto lembra o movimento que esu faz quando se move do jeito de um furacão.

Odara: fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.

Oduso: quando faz a função de guardião do jogo de búzios.

Igbaketa: o terceiro elemento, faz alusão ao domínios do orita e ao sistema divinatório.

Akesan: quando exerce domínios sobre os comércios.

Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em Ijelu.

Ina: quando e invocado na cerimônia do ipade regulamentando o ritual.

Ona: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros o tem, seu fundamento reza que não pode ser comprado nem ganhado e sim achado por acaso.

Ojise: com essa invocação ele fará sua função de mensageiro.

Eleru: transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.

Elegbo: possui as mesmas atribuições com caracterizações diferentes.

Ajonan: tinha seu culto forte na antiga região Ijesa.

Maleke: o mesmo citado acima.

Lodo: senhor dos rios, função delicada dado a conflitos de elementos

Loko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação.

Ogiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.

Enugbarijo: nessa forma esu passa a falar em nome de todos os orisas.

Agbo: o guardião do sistema divinatório de Orumila.

Eledu: estabelece seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.

Olobe: domina a faca e objetos de corte é comum assenta-lo para pessoas que possuem posto de Asogun.

Woro: vem da cidade do mesmo nome.

Marabo: aspecto de esu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente, Ra=envolver, bo=guardião. Também chamado de Barabo= esu da proteção, não confundi-lo com seu marabo da religião Umbandista.

Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, portanto qualquer orisa pode ser soroke.




Ogún, Òsòósí e Ode lembrando que nem todos caçadores tomaram o titulo de Òsòósí e, na África, Òsòósí em certas regiões é feminino tomando o aspecto masculino no antigo reino de Ketu. Ode que dizer caçador, porém, nem todos Ode's são Òsòósí; Ijibu Ode, Ikija, Agbeokuta, são alguns lugares onde houve seu culto, pois seu culto, expandiu-se mesmo aqui no Brasil onde ele é lembrado como rei de Ketu, Ogún em outro aspecto foi chefe dos caçadores (Olode) entregando essa função mais tarde para seu irmão caçula Òsòósí para partir em buscas de suas inúmeras batalhas.
Já em certas mitologias o caçador passa a ser sua esposa Òsòósí L`Obirin Ogun, ou seja, Òsòósí é a esposa de Ogún, segundo o verso desse mito.
Isso afirma o chamado enredo de santo aqui no Brasil quando se diz que para assentar Òsòósí temos que assentar Ogún e vice versa. Era costume africano quando os caçadores tinham que partir em busca de suas presas, louvarem Ogún para que tudo desse certo, de òrìsà secundário na África Òsòósí, passou a uma condição importantíssima no Brasil sendo òrìsà patrono da nação Keto, senhor absoluto da cerimônia fúnebre do asesé, alguns cânticos fazem alusão a essa condição: Ode lo bi wa, ou seja, o caçador nos trouxe ao mundo. Eis alguns nomes de Ogún/Òsòósí/Ode conhecidos, sobretudo no Brasil e seus aspectos, características, origem e particularidades:

Ogún Olode: epíteto do òrìsà destacando sua condição de chefe dos caçadores.

Ogún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido: um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um de seus mitos o liga a Osagìyán e Ìyémojá quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.

Ogún Meje: aspecto do òrìsà lembrando sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar seu filho Adahunsi.

Ogun Waris: nessa condição o òrìsà se apresenta muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele se aborrece. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego.

Ogún Onire: Quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia.

Ogún Masa: Um dos nomes bastante comum do òrìsà, segundo os antigos é um aspecto benéfico do òrìsà quando assim ele se apresenta.

Ogun Soroke: apenas um apelido que Ogún ganhou devido a sua condição extrovertida, soro = falar, ke= mais alto. Nossa historia registra o porque o
chamam assim.

Ogún Alagbede: nesse aspecto o òrìsà assume o papel de pai do caçador e esposo de Ìyémojá Ogunte (uma outra versão de Ìyémojá) segundo um de seus inúmeros mitos.

Há vários nomes de Ogún fazendo alusão a cidade onde houve seu culto como Ogún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O òrìsà possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha suas particularidades e costumes.


             
Ode/Ososi.

Há uma síntese sobre esse orisa na edição anterior, eis então suas várias formas de se apresentar:

Ososi akeran = um titulo do orisa;

Ososi Nikati = um de seus nomes;

Ososi Golomi = um de seus nomes;

Ososi Fomi = um de seus nomes;

Ososi Ibo = um de seus mitos o liga a Ossaniyn;

Ososi Onipapo = um dos antigos, tem culto a mais de um século no país;

Ososi Orisambo = possui seu assentamento diferente dos demais;

Ososi Esewi/Esewe = seu mito o liga a Ossaniyn e as vezes a Osala segundo os "antigos";

Osossi Arole = uns de seus epítetos;

Ososi Obaunlu = segundo registro há um assentamento deste orisa aqui no Brasil desde 1616 no ase de D.

Olga de alaketu, é considerado o patrono de ketu;

Ososi Beno = um dos mais antigos, detalhe tem assento aqui em São Paulo, cidade considerada emergente para tradições do candomblé Keto, com poucas casas antigas.

Ososi DanaDana = aquele que ateou fogo ou roubou, um epíteto dos mais perigosos dado ao caçador.

Ode Wawa = epíteto do caçador;não se tem notícia do seu culto no Brasil;

Ode Wale = epíteto do caçador, não se tem notícia de seu culto no Brasil;

Ode Oregbeule = é um Irunmale, portanto acima do orisa foi um dos companheiros de Odudua em sua chegada na terra segundo sua mitologia;

Ode Otin = outro caçador confundido com Ossosi, sua lenda o identifica ora como uma caçadora ora como um caçador, contudo sua ligação com Ossosi é fato, Otin se apresenta sempre junto com ele a ponto de confundi-los;

Ode Karo = um do caçadores que também mora as margens de um rio é irmão de Igidinile.

Ode Ologunede = o chefe de guerra de Ede, titulo ganhado quando seu pai o entregou aos cuidados de Ogún;

Olo = senhor, gun = guerra, Ede = um lugar na áfrica.É filho de um outro caçador chamado Erinle tendo como mãe Osún Iponda. O posto de asogun, a priori, surge desse mito que o liga a Ogún companheiro de seu pai.

Possui outros nomes como Omo Alade, ou seja, o príncipe coroado. Não há qualidades de Logun como acreditam alguns tais como locibain, aro aro, etc., são apenas nomes tirados de cânticos, aliás aro quer dizer tanta coisa menos nome de orisa. O nome Ibain é de um outro caçador homenageado nos cânticos de Ologun, esse caçador inclusive é o verdadeiro proprietário dos chifres tão importantes no culto. Oba L`Oge é um outro nome para esse orisa. É da região de Ijesa;

Ode Erinle = outro caçador confundido com Osossi no Brasil. Seu assento é completamente diferente dos demais, pois Erinle ou Inle é um orisa do rio do mesmo nome, o rio Erinle que corta a região de Ilobu na Nigéria. Encontra-se seus mitos no odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara. Sua esposa é Abatan pois é considerado médico e ela enfermeira, seu culto antecede o de Ossayn, o pássaro os representam. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Ossosi.Tem uma filha chamada Aguta que às vezes se apresenta como irmã ou como filha sendo sua mãe Ainan. Ode Otin se apresenta como sua filha, às vezes e ai é representado por uma enguia. Ainda temos Boiko como seu guardião, Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. No Brasil o ligam a Osún e a Iyemanja pois segundo sua lenda é pela boca dela que ele fala, Erinle é um orisa andrógino e considerado o mais belo dos caçadores;

Ode Ibualama = uma outra versão para Erinle quando ele se apresenta mais ao fundo do rio, há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador. Aliás há vários templos mas todos são de um orisa só: Erinle nessa situação o caçador traça um outro caminho e pactua seus mitos com Omolu, Osumare, Nana,etc. A montagem de seu Igba (cuia) também difere de um simples alguidar com um ofa para cima como é comum as pessoas não esclarecidas assim fazer.



Ossaniyn, Omolu, Oluaye, Osumare, Nanan e Iroko.

Ossaniyn = Também chamado Baba Ewe, Asiba, que são epítetos do orisa. Possui seu próprio sistema divinatório; o orisa exerce suas funções interligadas a Esu composto ao mesmo tempo em que ele. Kosi ewe, kosi orisa: Sem folhas, sem orisa.


Oxumaré
Osumare = Chamado Araka seu epíteto. É o orisa do arco-íris e da transformação, não deve ser confundido com o vodun Becem que se apresenta como Dangbe, Bafun, Danwedo todos da família Danbira e cultuados em outra nação.


Omolú
Omolu / Obaluaye = É como se apresenta o orisa sapata transmutando-se para formas conhecidas tais como: Agoro, Telu, Azaoni, Jagun, Possun, Arawe, Ajunsun, Afoman, etc, cada qual com suas particularidades.


Nanã

Nanan = apresenta-se nas formas conhecidas como: Iyabahin, Salare, Buruku, Asainan, sem culto no Brasil. É sempre bom lembrar que muitos nomes são de lugares onde se cultua o orisa. Por exemplo: Ajunsun é o Rei de Savalu, assim como Dangbe é o Rei do Gege, portanto são nomes que dão origem as suas formas. :

Iroko = orisa da gameleira (no Brasil), controla a hemorragia humana.


Iyabas  são os orisá feminino.


Obá
Oba = orisa guerreira é única em seu aspecto.


Yewá
Iyewá = orisa guerreira única em seu aspecto.


Osum


Osún Opara = a orisa se apresenta jovem e guerreira.

Osún Iponda = jovem e guerreira, da cidade de Iponda.

Osún Ajagura = jovem e guerreira, nação nagô - Oyo, Pernambuco.

Osún Aboto = aspecto maduro da orisa.

Osún Ijimun = aspecto idosa e dada as feitiçarias, ligação com Iami Eleye.

Osún Iberin = aspecto maduro da orisa, nessa forma não desce nas cabeças.

Osún Ipetu = aspecto maduro da orisa.

Osún Ikole = seu mito a liga a Iemanjá e Ode Erinle, transformou-se numa ave.

Osún Popolokun = Conta os antigos que não vem mais, será?.

Osún Osogbo = ela deu oringem ao nome da cidade de Osogbo.

Osún Ioke = Se apresenta como caçadora.

Osún Kare = Um de seus títulos, Kare tem seu próprio nome que poucos conhecem.


Yemanjá

Iyeyeo Ominibu = epíteto da Osún.

Iyemoja Ogunte = orisa se apresenta jovem e guerreira.

Iyemoja Iyasesu = assume a maternidade de Sàngó é ranzinza e respeitável.

Iyemoja Saba = uma das formas da mãe.

Iyemoja Maleleo = não se obteve noticias desse aspecto no Brasil.

Iyemoja konla = seu mito conta que ela afoga os pescadores.

Iyemoja Ataramaba = Nessa forma ela está no colo de sua mãe olokun.

Iyemoja Ogunde = aspecto da orisa cultuado no Nagô em Pernambuco.

Iyemoja Iyá Ori = nessa forma ela assume todas as cabeças mortais.

Iyamase = forma de quando ela é definitivamente mãe de Sàngó.

Iyemoja Araseyn = fuxico com Ossayn.



Oyá - Yansã

Oyá Leseyen = uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.

Oyá Egunita = orisa Igbale.

Oyá Foman = orisa Igbale.

Oyá Ate Oju = orisa Igbale aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.

Oyá Tope = uma de suas formas.

Oyá Mesan = um de seus epítetos.

Oyá Onira = rainha da cidade de Ira.

Oyá Logunere = uma de suas formas.

Oyá Agangbele = esse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.

Oyá petu = nesse aspecto ela convive com Sàngó.

Oyá Arira = uma de suas formas.

Oyá Ogaraju = uma das mais antigas no Brasil.

Oyá Doluo = eró ossayn; culto Nagô.

Oyá Kodun = eró com Osaguian.

Oyá Bamila = eró Olufon.

Oyá Kedimolu = eró Osumare = Omolu.
Texto Adaptado por Ifatolá

domingo, 3 de junho de 2012

Comidas de Santo / Ebós


A CONTRIBUIÇÃO AFRICANA NA CULINÁRIA BRASILEIRA

É impossível falar da influência dos africanos sem lembrar a herança que eles deixaram para a nossa alimentação. Acarajé, mungunzá, quibebe, farofa, vatapá são pratos originalmente usados como comidas de santo, ou seja, comidas que eram oferecidas às divindades religiosas cultuadas pelos negros. 




Hoje, porém, são dignos representantes da culinária brasileira.As negras quituteiras foram fundamentais na alquimia da culinária brasileira. Chegaram como escravas, e como as sinhazinhas não se dispunham a ficar à frente do fogão a lenha, foram elas que afeiçoaram os sabores africanos aos ingredientes disponíveis. Introduziram o azeite de dendê, o camarão seco, a pimenta malagueta, o inhame, o quiabo, a canjiquinha, temperos e condimentos.As negras africanas começaram a trabalhar nas cozinhas dos Senhores de Engenho e introduziram novas técnicas de preparo e tempero dos alimentos.




 Também adaptaram seus hábitos culinários aos ingredientes do Brasil. Assim, foram incorporados aos hábitos alimentares dos brasileiros o angu, o cuscuz, a pamonha e a feijoada, nascida nas senzalas e feita a partir das sobras de carnes das refeições que alimentavam os senhores; o uso do azeite de dendê, leite de coco, temperos e pimentas; e de panelas de barro e de colheres de pau. Você sabia que os traficantes de escravos também trouxeram para o Brasil ingredientes africanos? É o caso da banana, ícone de brasilidade mundo afora e da palmeira de onde se extrai o azeite de dendê.Todos os pratos vindos do continente africano foram reelaborados, recriados, no Brasil, com os elementos locais. E haja criatividade e capacidade de improvisação! O dendê trazido pelos portugueses para queimar em lamparinas e iluminar as noites escuras do novo continente logo foi parar na panela das mucamas. "Desde a África elas já sabiam que o azeite podia ser usado nas 
comidas".

           A COMIDA DE SANTO” Certo que os Orixás Comem o que os homens comem, porém, recebem a seus pés, nos terreiros onde os modos de preparar, ao lado dos saberes: Palavras de encantamento (fó), rezas (ádùrà), evocações (oriki) e cantigas (orin); ligadas a estórias sagradas (itans), são elementos essenciais e vitais para a transmissão do axé.”  São alimentos votivos preparados ritualmente e oferecidos aos orixás, aos quais necessitam de suas vibrações para a manutenção da própria força dinâmica. Algumas comidas são preparadas com a carne dos animais sacrificados ritualmente, outras como o peixe, camarão, verduras, legumes, farinhas, etc., muitas são bem temperadas, levando sal (menos de Oxalá), louro e etc., e algumas ainda levam mel.A grande maioria das comidas salgadas é feita no azeite de dendê, ou frita nele.  As comidas votivas provém na maioria, da culinária africana, algumas conservando-se exatamente iguais, outras sofrendo algumas modificações. Na umbanda, e mesmo em alguns cultos tradicionais os orixás comem frutas, as comidas variam muito de culto para culto. De modo geral porém, as principais, nos candomblés (algumas adotadas pela umbanda).

As comidas não são oferecidas todas de uma vez, sendo feitas algumas em certas festas, outras depois. Todas as semanas as comidas, bebidas, etc., são renovadas em dias certos, cada orixá te o seu , no candomblé após o término de xiré são distribuídas aos assistentes.Nos templos de umbanda diferentemente do candomblé, as comidas são dadas aos guias incorporados, e eles mesmos consomem.

Portanto são comidas feitas com condimentos que os médiuns estão acostumados a comer. Geralmente é dada em dias de festas ou acontecimento especial de cada templo.- OBS.: “As comidas votivas não contém pimenta.” excerto as oferecidas e exú.Dividir o alimento com os deuses é ter a insigne hora de comer com eles, garantindo, dessa forma, a presença dos Orixás em nossas vidas e da refeição em nossa mesa.






Ao preparar as comidas de santo, deve-se observar os tabus de cada um deles. Por exemplo, o azeite de dendê nunca deve ser oferecido a Oxalá, o mel é proibido a Oxossi, o carneiro não pode sequer entrar em uma casa consagrada a Iansã etc. Os filhos de santo devem observar todas as quizilas dos seus Orixás e, sendo parte do Orixá, também não podem consumi-las.


A ijoyé encarregada de preparar as comidas dos Orixás é a Ìyá Basé, um cargo outorgado apenas a mulheres de grande sabedoria e respeito junto à comunidade. Ela é a mãe que conhece todos os segredos da cozinha e que sabe que o principal ingrediente para uma boa comida de santo, capaz de alcançar as mais altas dádivas, é o amor.




O que é um Ebó?São rituais que visam corrigir várias deficiências na vida de um ser humano (saúde, amor, prosperidade, trabalho profissional, equilíbrio, harmonia familiar, etc.) A composição de cada Ebó depende da sua finalidade, e os seus componentes vão desde bebidas a frutas, folhas, velas, adornos, alimentos secos, mel, óleo de palma, louças, artefactos de barro ou ágata., etc..

O que é uma Oferenda?Chamamos oferendas aos rituais compostos de frutas, alimentos, carnes, bebidas, flores, louças e adereços que servem para oferecer aos Orixás, como uma súplica para se alcançar uma graça, bem como para homenagear e cultuar um Orixá, de forma a fortalecer o nosso vínculo com o mesmo.Cada Orixá tem os seus respectivos alimentos, as suas flores, as suas cores, as suas bebidas e a sua forma particular de culto, orações e invocações.






Conselhos: Ao fazer um Trabalho/Ebó, além da fé você deve:1. Só utilizar material novo.2. Nunca substituir um material por outro.3. Usar somente o que a receita pede.4. Ao fazer o trabalho, mantenha o pensamento firme no que você realmente deseja.


Atenção: Nunca faça um Trabalho/Ebó para desejar o mal de alguém, pois um pensamento negativo atrai para si essa má vibração. E, sempre que tiver o seu desejo realizado, lembre-se de agradecer, dessa forma, um universo de boas energias passará a “conspirar” por si.O primeiro Orixá cultuado também é o primeiro a comer, Exu ele come tudo que a nossa boca come, as oferendas dadas ele mais comumente são os padês a base de farinha de mandioca branca (paki), combinada com azeite de dendê ou  mel de abelha, água, bebida alcoólica e acaçá vermelho feito com farinha de milho amarelo e enrolado em folha de bananeira. em algumas ocasiões também são utilizados pimenta, cebola, bife e moedas nas oferendas a este Orixá.




Nas oferendas a Ogum são dados inhame (isu) assado com azeite de dendê e feijoada.Oxossi come axoxó feito com milho vermelho (àgbado) cozido decorado com fatias de coco. Ele também aprecia frutas e feijão fradinho torrado. As comidas devem ser colocadas sob o telhado ou aos pés de uma árvore.

A oferenda dada a  Obaluaiê é a pipoca. Utilizando areia da praia para estourá-las e enfeitando com fatias de coco.Oxumare prefere que sejam dados em oferenda a ele, bata doce amassada e modelada em forma de cobra  e também farofa de farinha de milho com ovos, camarões e dendê.Ossaim prefere acaçá, feijão (ewa), milho vermelho (àgbado), farofa e fumo de corda.O acarajé de forma arredondada com dendê é a oferenda consagrada a  Iansã, mas também é do agrado de Obá.


Obá também tem preferência por um bolinho de nome abará que consiste em uma massa de feijão fradinho temperado  com dendê enrolado em folha de bananeira e cozido em banho-maria.






O omolocum, feijão fradinho cozido com cebola, camarões e azeite de oliva e decorado com ovos cozidos e descascados é de Oxum.Iemanjá prefere peixe de água salgada, regados ao azeite e assados, milho branco cozido e temperado com camarões, cebola e azeite doce, manjar com leite de coco e acaçá.A Nanã é oferecido efó, mungunzá, sarapatel, feijão com coco e pirão com batata roxa.O amalá pertence a Xangô. O amalá (pirão de inhame) deve untar o fundo da gamela e sobre ele é colocado o caruru decorado com pedaços de carne, camarões, acarajé e quiabo (ilá), doze unidades de cada e enfeitado com um orobô. É válido lembrar que a oferenda deve ser servida quente.






Oxalufã só aceita comidas brancas e tem preferência por milho branco cozido e sem tempero.O inhame pilado é oferenda de  Oxaguiã.As comidas oferecidas a Orixás Funfun (brancos), devem ser sempre colocadas sempre louças brancas.



ORIXÁS
PRATOS
OXALÁTudo branco, Ebô de milho branco sem sal, (canjica branca), clara de ovos, Acaçá branco, rodelas de inhame cozido com mel, ebo e Eko
OGUMInhame, feijoada (em algumas nações), fígado, coração de boi, feijão fradinho, feijão preto, bagre com molho de camarão, Eko, e Asoso.
XANGÔAmalá, acarajé longos, rabada com camarão seco, cebola ralada, quiabos e azeite de dendê, caruru e Eko.
OBALUAIEAberem, pipocas, feijão preto, feijão fradinho, bisteca de porco, ewa dudu, buruku e Eko.
OMULÚAberem, pipocas, feijão preto, feijão fradinho, bisteca de porco, ewa dudu, buruku e Eko.
OXOSSIAxoxó (milho de canjica vermelha cozida com mel enfeitado com fatias de coco), frutas, espiga de milho cozido, pamonha, olelé-ewa-akará e Eko.
YEMANJÁEbô de milho branco com azeite doce ou mel, peixe cozido com pirão de farinha de mandioca, arroz cozido doce enfeitado com fatias de maça, manjar de maizena, canjica cozida branca e refogada com camarões e cebola com azeite de oliva, peixe de água salgada, ebo pupá, Eko e acaçá.
OXUMOmolocum, xinxim de galinha, ipeté, ovos cozidos, milho com coco e Eko.
IANSAAcarajé redondo frito no dendê, rodelas de inhame cozido refogado com dendê e cebola, amalá, feijão fradinho e Eko.
NANÃAcaçá, arroz, inhame, feijão fradinho, omolocum de feijão branco enfeitado com ovos cozidos cortados ao meio; efó, mungunzá, sarapatel, feijão com coco, Eko e pirão com batata roxa.
OXUMAREAberem, feijão com milho, feijão fradinho com ovos, inhame, Eko, gaari pupa ni eyin adie, etc.
OSSAIMFeijão preto, farofa, mel, acaçá, Eko, ewa Osain e fumo.
OBÁAcarajé, amalá, abará, ovos e Eko.
LOGUM EDÉAxoxo, omolucum, inhame, Eko, etc.
EXUPipocas, farofa de farinha de dendê, farinha com pinga, farinha com mel, bife no azeite de dendê, bofe, fígado, coração de boi, acaçá amarelo, carne assada, vinho, mel, Eko e Gaari Pupa.


COMIDAS DE SANTO PARTE  II
Dividir o alimento com os deuses é ter a insigne hora de comer com eles, garantindo, dessa forma, a presença dos Orixás em nossas vidas e da refeição em nossa mesa.Ao preparar as comidas de santo, deve-se observar os tabus de cada um deles. Por exemplo, o azeite de dendê nunca deve ser oferecido a Oxalá, o mel é proibido a Oxóssi, o carneiro não pode sequer entrar em uma casa consagrada a Iansã etc. Os filhos de santo devem observar todas as quizilas dos seus Orixás e, sendo parte do Orixá, também não podem consumi-las.







A ijoyé encarregada de preparar as comidas dos Orixás é a Ìyá Basé, um cargo outorgado apenas a mulheres de grande sabedoria e respeito junto à comunidade. Ela é a mãe que conhece todos os segredos da cozinha e que sabe que o principal ingrediente para uma boa comida de santo, capaz de alcançar as mais altas dádivas, é o amor.





O primeiro Orixá cultuado também é o primeiro a comer, Exu ele come tudo que a nossa boca come, as oferendas dadas ele mais comumente são os padês a base de farinha de mandioca branca, combinada com azeite de dendê ou mel de abelha, água, bebida alcoólica e acaçá vermelho feito com farinha de milho amarelo e enrolado em folha de bananeira. em algumas ocasiões também são utilizados pimenta, cebola, bife e moedas nas oferendas a este Orixá.Nas oferendas a Ogum são dados inhame assado com azeite de dendê e feijoada.






Oxóssi come axoxó feito com milho vermelho cozido decorado com fatias de coco. Ele também aprecia frutas e feijão fradinho torrado. As comidas devem ser colocadas sob o telhado ou aos pés de uma arvore.A oferenda dada a Obaluaiê é a pipoca. Utilizando areia da praia para estoura-las e enfeitando com fatias de coco.


Oxumare prefere que sejam dados em oferenda a ele, bata doce amassada e modelada em forma de cobra e também farofa de farinha de milho com ovos, camarões e dendê.Ossaim prefere acaçá, feijão, milho vermelho, farofa e fumo de corda.





O acarajé de forma arredondada com dendê é a oferenda consagrada a Iansã, mas também é do agrado de Obá.Obá também tem preferência por um bolinho de nome abará que consiste em uma massa de feijão fradinho temperado com dendê enrolado em folha de bananeira e cozido em banho-maria.O omolocum, feijão fradinho cozido com cebola, camarões e azeite de oliva e decorado com ovos cozidos e descascados é de Oxum.

Iemanjá prefere peixe de água salgada, regados ao azeite e assados, milho branco cozido e temperado com camarões, cebola e azeite doce, manjar com leite de coco e acaçá.A Nanã é oferecido efó, mungunzá, sarapatel, feijão com coco e pirão com batata roxa.O amalá pertence a Xangô. 







O amalá (pirão de inhame) deve untar o fundo da gamela e sobre ele é colocado o caruru decorado com pedaços de carne, camarões, acarajé e quiabo, doze unidades de cada e enfeitado com um orobô. É válido lembrar que a oferenda deve ser servida quente.Oxalufã só aceita comidas brancas e tem preferência por milho branco cozido e sem tempero.O inhame pilado é oferenda de Oxaguiã.As comidas oferecidas a Orixás Funfun, devem ser sempre colocadas em louças brancas.