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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

AS OBRIGAÇÕES NO CANDOMBLÉ






Obrigação do candomblé - São chamadas de obrigação as cerimônias internas do candomblé que a pessoa depois de iniciada tem que cumprir, e devem ser feitas para seu Orixá.
Obrigação: conjunto de coisas a serem feitas e oferecidas ao Orixá de tempo em tempo.
  • Iniciação
  • Obrigação de 1 ano, de 3 anos, de 7 anos, de 14 anos, de 21 anos daí por diante.

Um ano após a  feitura, o nascimento no santo, o Yawo  deve fazer a sua primeira obrigação que tem como significado comemorar esse nascimento e o reforço dos seus votos. Nessa ocasião, são oferecidos: um Bori e comida seca para os Orixás.

Os votos serão renovados ao completar 3 (três) anos. Serão então oferecidos: um Bori, comidas secas e um animal de quatro patas, que seja do fundamento do seu Orixá.

Aos 7 (sete) anos de feitura o Iyawo alcança a maior idade no santo tornando-se Egbomi (irmão mais velho) e a partir deste momento está pronto para assumir funções sacerdotais, ou seja tornar-se dono de sua própria casa ou na sua comunidade se tiver evidentemente o cargo para zelador, caso não tenha, poderá assumir um cargo dentro da casa.

As obrigações dentro do Candomblé não podem ser adiantadas, ou seja, dadas antes do prazo, existe a necessidade de ser respeitado o tempo para que sejam realizadas.

Somente a iniciação não assegura que o Iyawo, receba o cargo de Egbomi, ele precisa cumprir todas as etapas descritas anteriormente e mesmo tendo mais de 7 (sete) anos de feito, enquanto não forem realizados os rituais de passagem seguindo a ordem cronológica, ele continuará sendo um Iyawo.

O Egbomi recebe durante a cerimónia, elementos de fundamental utilidade para que exerça a função sacerdotal entre eles, os seus búzios e navalha; é justamente o conjunto destes elementos que origina o nome Deká ou Cuia.

Outras duas obrigações são necessárias a este novo Egbomi, quando forem completados 14 (catorze) e 21 (vinte e um) anos de santo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Vamos tocar em algo polêmico !!!!!


Sacrifício no Candomblé


Sacrifício – vem da palavra sacrificar que no sentido religioso é oferecer em holocausto por meio de cerimônias próprias. Sua origem etimológica é sacr (de origem provavelmente judaica) e a palavra latina ofício).
No candomblé, esta parte do ritual denominada de sacrifício não é propriamente secreta; porém não se realiza senão diante de um reduzido número de pessoas, todos fiéis da religião. Deve-se temer que a vista do sangue revigore, entre os não iniciados, os estereótipos sobre a barbárie ou o caráter supersticioso da religião africana.
Uma pessoa especializada no sacrifício, o Axogun, que tem tal função na hierarquia sacerdotal, é quem o realiza ou, na sua falta o babalorixá. O Axogun não pode deixar o animal sentir dor ou sofrer porque a oferenda não seria aceita pelo Orixá. O objeto do sacrifício, que é sempre um animal, muda conforme o Orixá ao qual é oferecido; trata-se, conforme a terminologia tradicional, ora de um animal de duas patas, ora de um animal de quatro patas, galinha, pombo, bode, carneiro. Na realidade não se trata de um único sacrifício: sempre que se fizer um sacrifício a qualquer Orixá, deve ser antes feito um para Exú, o primeiro a ser servido.
Esse sacrifício não é só uma oferenda aos Orixás. Todas as partes do animal vão servir de alimento, nada é jogado fora. O couro do animal é usado para encourar os atabaques, o animal inteiro é limpo e cortado em partes, algumas partes são preparadas para os Orixás e o restante é destinado aos demais. Tudo é aproveitado: até a porção oferecida aos Orixás é posteriormente distribuída entre os filhos da casa como o inché do Orixá. É usada para confraternização: unem-se os filhos a comer com o pai ou mãe, havendo repartição do Axé gerado pelo Orixá. (Acredita-se que após algum tempo que a comida esteja no Peji ela fica impregnada pelo Axé do Orixá). O sacrifício no candomblé é a renovação do Axé, feito uma vez por ano para cada Orixá da casa ou em circunstâncias especiais.


O significado do sangue e do sacrifício no espaço marginalizado dos terreiros dos terreiros de candomblé
A força sagrada… O conteúdo mais precioso do terreiro é o axé. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o dividir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital.        

Sacrifícios.

Sacrifício não é sinônimo de assassinato, está relacionado a ritual sagrado, no Candomblé, sacrificar significa ampliar, acumular e distribuir a força vital  e chamamos esta forca de Axé. Boa parte das religiões utilizava sacrifícios, em seus rituais, mas na maioria das vezes num sentido expiatório, não se aplicando essa noção ao Candomblé por um motivo aparentemente simples: No Candomblé, não existe pecado, portanto não há o que expiar, pois acreditamos na ação, reação e conseqüências.

Entre os cristãos, por exemplo, a extinção do sacrifício (em termos reais), justifica-se pela morte de Jesus, o Cristo, que teria morrido para salvar a humanidade, no mais importante sacrifício que o mundo assistiu. Ocorre que Jesus morreu pelos Cristãos, e não pelo Candomblé, e isso significa, na realidade, que os ritos processados em outras doutrinas religiosas não fazem nenhum sentido Pará os orixás; da mesma forma que os rituais de candomblé fogem a compreensão das outras denominações. Esta é uma das principais razões dos terreiros de candomblés serem considerados espaços marginalizados.

 (inclusive vemos n livro Cristão, quando jesus é apresentado ao templo Lucas 2;21, cumpridos os oito dias para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo que lhe fora posto antes de ser concebido. Quando e completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém Pará o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor. Todo primogênito será consagrado ao Senhor, e Pará dar a oferta segundo o que está disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos. )







Em outras palavras o Candomblé só se explica pelo Candomblé, não adiantando recorrer à bíblia para explicar e muito menos condenar as práticas da religião dos Orixás.

O sangue é de importância vital para os Orixás, pois esta ligada à concepção, à fertilidade, ao nascimento e a todas as etapas da vida. Acreditamos que sem sangue não há Axé, ninguém nasce sem sangue. Quando deixar de haver sacrifícios, o Candomblé deixará de existir.

Não se derramam o sangue do animal por maldade ou crueldade e muitos menos para fazer mal a alguém. O sacrifício é a condição para que a vida continue, e não apenas no Candomblé. Todos se alimentam, seja de carne, seja de vegetal, e um boi pode ser comido em bifes, ou seja, em partes e depois de morto; uma alface, ao ser desconectada de sua raiz, também é morta. Por que não se pode atribuir um significado religioso a um ato essencial para a sobrevivência humana? Será mesmo que a condenação do Candomblé se deve ao sacrifício? Não seria uma forma da sociedade camuflar preconceitos mais profundos?

O ritual macabro não está nos candomblés, e sim nos matadouros, onde os animais são submetidos a inúmeras crueldades e morrem com muito sofrimento. Imaginem um animal ainda vivo tendo a sua pele arrancada: isso é um exemplo que ocorre nos matadouros. É por isso que a carne que será consumida pelos iniciados do candomblé deve ser sacralizada por meios de rituais específicos, a carne de um animal que morreu com o sofrimento não faz bem a ninguém. Os Judeus e Muçulmanos, por exemplo, só comem carnes de animais abatidos de acordo com seus preceitos, por que o Candomblé não pode fazer o mesmo?

É um absurdo acusar o Candomblé de fazer sacrifícios humanos, como têm feito certas igrejas. O Candomblé não é uma religião hipócrita e assume o que faz. São sacrificados, sim, bois, bodes galinhas, patos e muitos outros animais, que depois servem de alimentos à comunidade, mas nunca seres humanos, pois o Orixá vive no Homem e através do Homem.

Todo homem sacrifica não necessariamente num sentido religioso, e mata para sobreviver. Que mal pode haver em oferecer aos deuses as partes que o homem não consome?

Lembre-se de que Jesus foi condenado à morte por pessoas que viriam a santificá-lo depois, fazendo o sinal-da-cruz, adorando a sua imagem ensangüentada. Pois que fique bem claro: não somos contra o homem Jesus, mas contra os homens que mataram Jesus. Nós não matamos nossos Orixás, “nós os amamos com todos os seus defeitos e qualidades”!

Para o Candomblé tudo que a natureza produz é sangue, pois o que define o sangue é a força que detém o axé, ou seja, o Axé é um sacrifício que requer a utilização de vários tipos de sangue, vindos das mais variadas fontes da natureza, atribuindo vida e sentido ao Orixá, aos homens e à própria existência.



SANGUE VERMELHO



O sangue divide-se em três categorias:

O Vermelho, O Preto e o Branco, e os elementos detentores de axé são encontrados nos reinos animal, vegetal e mineral, configurando a parte material, visível e palpável da força vital.

O sangue vermelho do reino animal é representado pelo fluxo menstrual, pelo sangue dos animais e pelo sangue humano, portanto todas as pessoas são portadoras do Axé. No reino vegetal, o azeite de dendê, o osùn e o mel extraído das flores são os melhores exemplos. Os metais como o bronze e o cobre são portadores de sangue vermelho proveniente do reino mineral.

O sangue vermelho está mais diretamente relacionado às coisas quentes, ao movimento e ao fogo, razão pela qual os Orixas que exigem uma quantidade maior desses elementos dominam exatamente esses aspectos da natureza, como Exú, Xangô e Iansã!



SANGUE PRETO



No reino vegetal o sangue preto é encontrado principalmente nas cinzas de galhos e folhas das arvores sacrificados, Sendo a cor verde variação da cor preta, assim como o azul, o sumo das folhas, o pó azul chamado waji que é extraído das arvores, são exemplos de sangue preto do reino vegetal. Já no reino mineral, encontramos o carvão e o ferro.

A esses elementos relacionam-se diretamente os Orixás da terra como Ogum, Oxóssi, Ossaim e muitos outros. Isso não quer dizer evidentemente, que deuses ligados a outros elementos não os utilizem, porém da mesma forma que a cor vermelha é imediatamente associada ao fogo, o preto é associado à terra e o branco a água e o ar.



SANGUE BRANCO



O sêmen, a saliva, o hálito as secreções e o plasma são considerados os portadores de sangue branco do reino animal. O Caracol sacrificado para Oxalá é um bom exemplo de animal de sangue branco. No Reino vegetal está o sumo das plantas leitosas e nas bebidas alcoólicas extraídas das palmeiras e de outros vegetais, também está no iyèrosùn (pó utilizado pelos babalawos no opelé ifá), e no ory (espécie de banha vegetal). No reino mineral temos o sal, o efun (espécie de giz), a prata, a água e o chumbo.

Todos esses elementos são portadores de axé e combinados reforçam, ampliam e restabelecem a relação entre os homens e os Orixás. O Axé é uma força vital que pode ser acumulada, aumentada, e o sacrifício, com a utilização das mais variadas fontes de Axé, provenientes da natureza, é que fortalece o poder dos Orixás, do Candomblé e do povo do santo!

As ervas e os orixás


As ervas detém grande quantidade de Axé (Energia mágica-universal, sagrada) e quando bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva.
Um banho, com o Axé das ervas dos Orixá do Candomblé, age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo energias positivas.
Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo directamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acumulo de energias negativas.
Ervas indicadas para preparar um banho
Nesta relação, encontra as ervas mais utilizadas, e que são mais facilmente encontradas para uso.
As ervas detém grande quantidade de Axé (Energia mágica-universal, sagrada) e quando bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva.
Um banho, com o Axé das ervas dos Orixá do Candomblé, age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo energias positivas.
Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo directamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acumulo de energias negativas.
Ervas indicadas para preparar um banho
Nesta relação, encontra as ervas mais utilizadas, e que são mais facilmente encontradas para uso.


Estão listadas com a nomenclatura popular, indicando-se também para que orixás se destinam.
-Folha da costa: Todos os Orixás,folha da Nação ketu/nagô
-Erva de santa luzia –  Oxum, Ewá
-Pimentinha d’Água :Oxun
-Akòko – Ossaim, Ogun, Oyá
-São Gonçalinho: Oxóssi
-Sete sangrias – Obaluaiyê
-Tapete de oxalá (boldo) Oxalá
-Bete cheiroso – Oxalá, Yemanjá
-Goiabeira – Oxóssi, Ogum
-Mamona – Ossaim, Omolú
-Mamona vermelha –  Exú, Ossaim
-Peregun liso:  Ogun
-Neve Branca: Oxalá
-Peregun Listrado: Oyá
-Carqueja: Oxóssi
-Umbauba/embaúba :Nanã, Yemanjá
-Gameleira branca: Iroko,Giyan
-Canela de velho:Omolú,Nanã
-Macassá – Oxum, Oxalá, Yemanjá.
-Melissa – melissa oficinalis – Oxum
-Para raio/cinamomo :Oyá
-Beti branco/agua de alevante:Oxalá– Yemanjá
-Alfavaca (erva doce) :Oxalá, Ibeiji, Oyá
-Folha da fortuna recortada: Exú
-Folha da fortuna redonda: Xangô, Airá
-Aroeira  : Ogun
-Poejo: Oyá, Ibeiji
-Erva prata: Oyá
-Picão: Ogun
-Patchouli : Oxun
-Alecrim: Oxóssi , Ibeiji
-Guiné: Oxóssi , Osaiyn
-louro: Oyá, Oxalá
-Língua de vaca: Yemanjá
-Alevante: Oxalá
-Dormideira :Nanã
- Pata de vaca – Omolú, Oyá
-Cana do Brejo: Oxóssi e Nanã
-Oriri: Oxun,Ymanjá, Oxumare
-Manjericão: Oxalá, Yemanjá.
-Obó: Xangô, Oumare,
-Erva passarinho: Omolú
-Capeba: Yemanjá
-Folha de Ibí: Oxalá
-Folha de Algodão: Oxalá
-Cana do brejo:Nanã, Oxóssi, Ewá
-Vence demanda: Ogun
-Picão Roxo: Ogun, Oxóssi
-Erva Capitão: Ogun
-Colônia: Yemanjá, Ewá
-Carrapateira: Exú, Omolú
-Barba de velho: Omolú, Nanã
-Erva Batata Doce: Oxumare, Ibeiji
-Erva Tostão: Oyá e Xangô, Obá
-Urtiga: Exú
-Baroneza: Nanã
-Tiririca: Exú,ogun, Odé
-Folha de bambú: Oyá, Oxalá
-Folha jenipapo: Omolú
-Taioba: Oxumare, Nanã, Ewá
-Arruda: Oxalá
-Agrião: Oxalá, Oxun
-Alface: Oyá
-Folha de Tamarindo: Oxalá
-Folha de abóbora: Orunmilá
-Folha da cana: Exú
-Folha do Milho: Oxóssi
-Vitória regia: Oxun
-Folha do limão: Exú
-Folha da mangueira: Ogun
-Folha da jaqueira; Oxóssi, exú
-Folha do baobá: Iroko, Oxalá, xangô.
-Folha do mamoeiro: Oxalá
-Negamina : Xangô, Yemanjá,Obá
-Erva Silvina: Omolú, Nanã
-Folha do cajazeiro: Ogun
-Erva de oxóssi: Oxóssi
-Sabugueiro: Obaluaiye
-Canela: Ibeiji, Oyá
-Pega pinto: Logun, Oyá
-Alfavaca: Oyá
-Arrebenta cavalo: Exú, ogun
-Bananeira: Exú
-Unha de gato: Exú
-Jarrinha: Oxun
-Oripepé: Oxun
-Bredo s/espinho: Yemanjá
-Rama de leite: Yemanjá
-Catinga de mulata: Yemanjá
-Mangerona: Yemanjá, Xangô, Obá
-Gibóia:Oxumare
-Mostarda: Nanã
-Nativo: Obá
-Língua de vaca: Obá
-Língua de galinha: Xangô
-Mutamba: Ewá
-Bredo: Ewá
-Folha de iroko: Iroko, Ossaiy
-Manacã: Nanã
-Babosa: Exú
-Melão são Caetano: Oxumaré, Nanã , Oxum

fonte de pesquisa : http://ocandomble.wordpress.com

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A INICIAÇÃO NO CANDOMBLÉ


Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não, no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun, onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber. A outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra emtranse profundo. Esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.

A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual da iniciação não é público. Saliente-se também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axéquem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de Odu ijè.

Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser IaôOgan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

Barco de Iaô


A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos. Nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô". Quando entra para fazer o santo sozinho será chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único.
No caso do barco, o primeiro Iaô será chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, o quinto de Gamo, o sexto de Gamutinho, o sétimo de Vimo, o oitavo de Vimutinho, o nono de Gremo, o decimo de Gremutinho, o décimo primeiro de Caçula e daí por diante. Essa sequência de nomes é usada na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô.

Já houve barcos com quinze Iaôs, mas isso é muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs. A maioria das casas recolhe no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros; nesse caso será recolhido sozinho.
No ano de 2011,em Salvador houve um barco com dezoito Iaôs.

Iniciação


Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza, que serão apurados no jogo de búzios e tomando banhos com folhas sagradas e abô. Ficará recolhida no roncó (quarto específico de recolhimento) próximo ao peji e será feita a primeira obrigação, que é o bori. No final dos três dias é suspenso o bori e passa para as fases seguintes.
Em seguida começa a contar o período de 16 dias. Aí tem início o longo aprendizado das rezascostumes, práticas, lendashistórias e a iniciação propriamente dita, que consiste em raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orixá, serão oferecidos animaiscomida ritualflores e frutas.

Saída de Iaô




No final tem a festa que é chamada de "saída de iaô", essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no barracão é interna sem a presença do público, somente os membros da casa estarão presentes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns fazem três saídas públicas outros fazem quatro.
Inicia-se o candomblé normalmente despachando o Padê (pode ser despachado durante o dia também, depende da casa) e canta-se algumascantigas para cada um dos Orixás, enquanto isso os Iaôs estão sendo preparados para a primeira saída no barracão de festas.
Na primeira saída pública o Iaô sai do roncó (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o adoxu e pintado com efun, ele vem acompanhado de sua mãe pequena, da Iyalorixá e todos que ajudaram na feitura. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os atabaques oAxé do centro do barracão onde estar o fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é recolhido para mudar de roupa.
A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os orixás e a pintura é feita com o pó azulwáji, branco efun, e vermelho osùn. O Iaô sendo de oxalá ou determinados orixás funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta.

Momento mais esperado da iniciação


A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não, com o grito triunfal do seu nome. Novamente o Iaô é trazido ao ile axé, desta vez sem a pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro da cabeça (cuia de wáji) ou borilé (ritual feito com ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhida uma pessoa (normalmente um Babalorixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá, são feitas algumascerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele grita em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido novamente para trocar a roupa.
A quarta e última saída o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas características de cada Orixá, para dançar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada.

Banquete



Quando é encerrado o candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Esse banquete é composto de cabritos assados ou cozidos, galinhaspatospomboscanjica,milho cozido, inhamepipocaacaçá e acarajé. Toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Muitos candomblés não permitem bebidas alcoólicas e nesse caso é servido o Aluá. Nas casas que permitem, é servido refrigerante e cerveja.
Algumas casas atualmente não servem comida de santo para os presentes. Dependendo das posses do iniciado, poderá se contratar um Buffetpara o banquete, onde serão servidos aos convidados todos os requintes contratados.

Seguimento da iniciação chamado Urupim.


No mesmo dia ou não, dependendo do costume da casa, as luzes elétricas são desligadas, e inúmeras velas são acesas, ouve-se um cântico tristonho como nos rituais fúnebres axexê, o Iaô cercado dos mais velhos, IyaefunIyadaganiyamorôIyabassê Iyakekerê e puxada peloBabalorixá ou Iyalorixá é trazido do peji ao ile axé com um alguidá ou balaio coberto com pano branco e ornado com flores brancas e mariwô, contendo inúmeros objetos, comida ritual e o cabelo rapado no inicio da obrigação. Este ritual é denominado pelo povo do santo de carrego de urupim e pode ser assistido por alguns membros da comunidade, mas não chega a ser uma festa pública, fechando um ciclo do rito de passagem de abiã "não nascido" para iaô"noviço ou recém nascido".
Passada a festa o Iaô ficará mais uns dias na roça dependendo do jogo de búzios e a confirmação no merindilogun, depois será levado para sua casa pela Iyalorixá que a entregará a sua família.

Ritual do Panã.

iaô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movimentos ainda trôpegos, recebe orientação do seu Babalorixa ou Yalorixa para executar as tarefas que serão usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc. Numa dramatização muito divertida onde todos da comunidade tem um grande prazer de participar, rindo e até mesmo ajudando o novo iniciado. O ritual de apanã tem a finalidade de fazer com que o noviço reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro e também entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno período do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o ewo temporário ou permanente, que o noviço terá a responsabilidade de obedecer, finalizando este ritual com outro rito chamado Kàrô (juramento feito diante do obi e uma quartinha).

Caída de kelê



Porém a Iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir um resguardo normalmente de três meses e continuar usando o kelê (uma gargantilha de contas) que foi colocada em seu pescoço no início da feitura de santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas brancas e seguir uma série de restrições denominada de ewo. Terminado o período de quelê, é feita a retirada do mesmo e outra festa é feita para comemorar a comumente chamada "caída de quelê".
É o período mais difícil para o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e quando termina as férias precisam voltar para um ambiente onde sem dúvida será notado por todos, discriminado por alguns e terá que se manter calado, terá muitos problemas na hora das refeições, pois está proibido de entrar em bares e restaurantes, terá que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosidade.
Algumas casas atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os Orixás para que o Iaô que precisa trabalhar já saia da roça sem okelê, mas terá que cumprir todos os itens do resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco, poderá usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, bege, cinza, tudo para não chamar muito a atenção. Existem casos de firmas que o uniforme é preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.

Obrigações


Iyawo São os novos iniciados de Orixá da Casa de Candomblé, durante o período de sete anos, e serão subordinados pelas pessoas de Cargos/Posto da casa. E deve obediência aos seus mais velhos. E deverão concluir suas obrigações de 1, 3 e 7 anos. Ser Iyawo, além de outros preceitos, é permanecer recolhido por um período de 21 dias, passando por doutrinas e fundamentos, para conceber a força do Orixá. Saem da vida material e nascem na vida espiritual com um novo nome orùnkò. O Mòócan e os Delègún são os comprovantes e o diploma do iniciado.
Obrigação de um ano
(Odueta) ou (odú Kíní) É às obrigações muito importantes é considerada como fim do resguardo do Iyawo após sua iniciação. Somente esta obrigação dará ao iniciado à liberdade de viver materialmente sem restrições na sociedade e no seu convívio familiar e pessoal.
Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (ewo temporário. como cortar cabelo, tomar banho de mar e outros. Será feita na obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidos comida ritualfrutas e flores.
Obrigação de três anos
(Oduetá) Esta obrigação é considerada a confirmação da continuidade do iniciado no Axé, e já está autorizado a conceber o seu ajuntó, e a começar ser liberado e graduado pelo seu babalorixá, a usar fios com Seguis e Bràjà dependendo do Orixá, e poderá deixar de usar Mòócan e Delègún. (conforme orientação do babalorixá)
Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem também uma de cinco anos, mas no candomblé ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de sete anos (odu ejé).
Obrigação de sete anos
(Oduijé) ou Odu ejé (a pronúncia do acento é fechada) É uma das maiores obrigações de uma casa de Candomblé, que todos os iniciados serão obrigados a tomar sem exceção. Com essa obrigação o iniciado poderá receber posto, cargo, titulo e direitos de independência do seu babalorixá.
Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi.
A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búziospembasfavassementestesouranavalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamdo Odu Ijê com Oyê, em outras nações é chamado deDeká, Peneira, Cuia, etc.
Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá.
Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé.
- OIYE - quer dizer titulo independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu babalorixá, para ser independente e Zelador (a) de Orixás,sacerdócio. Esse Oiye pode ser também um cargo na casa do babalorixá onde fez a obrigação.
- DEKA - é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar ebós e iniciar pessoas no Orixá, ou Vodum dependendo da nação etc.. Na nação Jeje receberá um Húnjèbé é o Titulo de sacerdócio exclusivo da nação Jeje e um amuleto do Egbònme, é o diploma dado pelo Voduno para dar continuidade do aprendizado dos fundamentos dos Voduns.

[editar]Iniciação de Ogans e Ekedis

Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorixá estiver em transe.
Uma vez que não entram em transeOgans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigaçãoconstatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa.
Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes.
Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Quelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê. Normalmente o Ogan e a Ekedi não cumprem o mesmo resguardo do Iaô, por não ter realizado todos os preceitos necessários ao último. Quando iniciados, equivalem ao Ebômi em idade de santo, tendo portanto os 7 anos de idade perante os Iaôs.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Orixás e Qualidades


Sobre as Qualidades de Orixas"


Existe sem duvida no Brasil uma questão muito polêmica sobre as multiplicidades dos orisas chamada por todos de qualidade de orisa
Para melhor entendimento é que na África não há qualidade de orisa; ou seja, em cada região cultua-se um determinado orisa que é considerado ancestral dessa região e, alguns orisas por sua importância acaba sendo conhecido em vários lugares como é o caso de Sàngó, Orumila, etc.
É de se saber que Esu é cultuado em todo território africano, da forma que  Osun da cidade de Osogbo é Osun Osogbo, da região de Iponda é a Osun de Iponda, Ogún da região de Ire é Ogún de Ire (Onire: chefe de ire), do estado de Ondo é Ogún de Ondo,etc. Na época do tráfico de escravos veio para o Brasil diversas etnias


Ijesas, Oyos, Ibos, Ketus,etc e cada qual trouxe seus costumes juntos com seus orisas digamos particulares, e após a mistura dessas tribos e troca de
informações entre eles cada sacerdote ou quem entendia de um determinado orisa trocaram fundamentos e a partir daí surgem todos esses aspectos, e essa quantidade de orisa presente aqui no Brasil, sendo que o orisa é o mesmo com origens diferenciadas.


É claro que por ter origens diferenciadas seus cultos possuem particularidades religiosas e até mesmo culturais por exemplo Oyá Petu tem seus fundamentos assim como Oyá Tope terá o seu, isso nada mais é, que uma passagem do mesmo orisa por diversos lugares e cada povo passou a cultuá-lo de acordo com seus próprios costumes. Um exemplo mais nítido é que aqui fazemos muitos pratos para Osun com feijão fradinho, entretanto num determinado país nãohá esse feijão portanto foi substituído por um grão semelhante e assim puderam continuar com o culto a Osun sem a preocupação de importar o feijão fradinho.


Outro exemplo de orisa transformado em qualidade no Brasil é Osun kare, Kare é uma louvação à Osun quando se diz: Kare o Osun! A palavra kare também é uma espécie de bairro na África, logo Osun cultuada em kare é Osun kare, e por vai surgindo desordenadamente essa quantidade de orisa aqui no Brasil.


 Imagine um rio que atravessa todo território Nigeriano e, em suas margens diversas etnias que num determinado local algumas pessoas diria que ali é a morada de Osun Ijimu (cidade de Ijumu na região dos Ijesa), mais para frente em Iponda diria aqui é a morada de Osun Iponda, mais para frente, em Ede esse rio terá o culto de Ologun Ede, o chefe de guerra de Ede segundo sua mitologia, e serão diversos orisas cultuados num mesmo rio por diversas etnias com pequenas particularidades. Isso acontece com todos orisas e suas mitologias fazem alusão a essas passagens e constantes peregrinação de seus sacerdotes quer por viajens comercias ou por guerras intertribais sempre espalharam seus orisas em outras regiões.


Outro fato interessante é títulos que algumas divindades possuem e foram transformadas em qualidades, por exemplo Ossosi akeran, akeran é um titulo de um determinado caçador (ancestral) com isso vamos na próxima edição analisar esses fatos e informar todas qualidades de orisa da nação keto que o sacerdote pode ou não mexer de acordo com o conhecimento de cada um, pois o nosso dever é informar sem a pretensão de nunca ser o dono da verdade Na próxima edição vamos diferenciar, títulos de nomes de cidades, nomes tirados de cânticos que as pessoas insistem em dizer que é qualidade de orisa.


Sobre a multiplicidade dos orisa. 
Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil (em Cuba chama-se caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes. Já sabemos que os orisa são venerados com outros nomes em regiões diferentes como: Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), isso torna o culto diferente. Temos também o segundo nome designando seu lugar de origem como Ogun Onire (Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orisa com outros nomes referentes as suas realizações como Ogun Mejeje refere-se as lutas contra as 7 cidades antes dele invadir Ire, Iya Ori a versão de Iyemanja como dona das cabeças, etc. Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orisas aqui no Brasil.



Vamos começar com Esu o primogênito orisa criado por Olorun de matéria do planeta segundo sua mitologia, ele possui a função de executor, observador, mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui que são epítetos e nomes de cidades onde há seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento de seu assentamento, ritual especifico e odu do dia. Não será escrito na grafia Yoruba para melhor entendimento do leitor.

Oba Iangui : o primeiro, foi dividido em varias partes segundo seus mito.

Agba: o ancestral, epíteto referente a sua antiguidade.

Alaketu: cultuado na cidade de ketu onde foi o primeiro senhor de ketu.

Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos esse objeto lembra o movimento que esu faz quando se move do jeito de um furacão.

Odara: fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.

Oduso: quando faz a função de guardião do jogo de búzios.

Igbaketa: o terceiro elemento, faz alusão ao domínios do orita e ao sistema divinatório.

Akesan: quando exerce domínios sobre os comércios.

Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em Ijelu.

Ina: quando e invocado na cerimônia do ipade regulamentando o ritual.

Ona: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros o tem, seu fundamento reza que não pode ser comprado nem ganhado e sim achado por acaso.

Ojise: com essa invocação ele fará sua função de mensageiro.

Eleru: transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.

Elegbo: possui as mesmas atribuições com caracterizações diferentes.

Ajonan: tinha seu culto forte na antiga região Ijesa.

Maleke: o mesmo citado acima.

Lodo: senhor dos rios, função delicada dado a conflitos de elementos

Loko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação.

Ogiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.

Enugbarijo: nessa forma esu passa a falar em nome de todos os orisas.

Agbo: o guardião do sistema divinatório de Orumila.

Eledu: estabelece seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.

Olobe: domina a faca e objetos de corte é comum assenta-lo para pessoas que possuem posto de Asogun.

Woro: vem da cidade do mesmo nome.

Marabo: aspecto de esu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente, Ra=envolver, bo=guardião. Também chamado de Barabo= esu da proteção, não confundi-lo com seu marabo da religião Umbandista.

Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, portanto qualquer orisa pode ser soroke.




Ogún, Òsòósí e Ode lembrando que nem todos caçadores tomaram o titulo de Òsòósí e, na África, Òsòósí em certas regiões é feminino tomando o aspecto masculino no antigo reino de Ketu. Ode que dizer caçador, porém, nem todos Ode's são Òsòósí; Ijibu Ode, Ikija, Agbeokuta, são alguns lugares onde houve seu culto, pois seu culto, expandiu-se mesmo aqui no Brasil onde ele é lembrado como rei de Ketu, Ogún em outro aspecto foi chefe dos caçadores (Olode) entregando essa função mais tarde para seu irmão caçula Òsòósí para partir em buscas de suas inúmeras batalhas.
Já em certas mitologias o caçador passa a ser sua esposa Òsòósí L`Obirin Ogun, ou seja, Òsòósí é a esposa de Ogún, segundo o verso desse mito.
Isso afirma o chamado enredo de santo aqui no Brasil quando se diz que para assentar Òsòósí temos que assentar Ogún e vice versa. Era costume africano quando os caçadores tinham que partir em busca de suas presas, louvarem Ogún para que tudo desse certo, de òrìsà secundário na África Òsòósí, passou a uma condição importantíssima no Brasil sendo òrìsà patrono da nação Keto, senhor absoluto da cerimônia fúnebre do asesé, alguns cânticos fazem alusão a essa condição: Ode lo bi wa, ou seja, o caçador nos trouxe ao mundo. Eis alguns nomes de Ogún/Òsòósí/Ode conhecidos, sobretudo no Brasil e seus aspectos, características, origem e particularidades:

Ogún Olode: epíteto do òrìsà destacando sua condição de chefe dos caçadores.

Ogún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido: um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um de seus mitos o liga a Osagìyán e Ìyémojá quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.

Ogún Meje: aspecto do òrìsà lembrando sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar seu filho Adahunsi.

Ogun Waris: nessa condição o òrìsà se apresenta muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele se aborrece. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego.

Ogún Onire: Quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia.

Ogún Masa: Um dos nomes bastante comum do òrìsà, segundo os antigos é um aspecto benéfico do òrìsà quando assim ele se apresenta.

Ogun Soroke: apenas um apelido que Ogún ganhou devido a sua condição extrovertida, soro = falar, ke= mais alto. Nossa historia registra o porque o
chamam assim.

Ogún Alagbede: nesse aspecto o òrìsà assume o papel de pai do caçador e esposo de Ìyémojá Ogunte (uma outra versão de Ìyémojá) segundo um de seus inúmeros mitos.

Há vários nomes de Ogún fazendo alusão a cidade onde houve seu culto como Ogún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O òrìsà possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha suas particularidades e costumes.


             
Ode/Ososi.

Há uma síntese sobre esse orisa na edição anterior, eis então suas várias formas de se apresentar:

Ososi akeran = um titulo do orisa;

Ososi Nikati = um de seus nomes;

Ososi Golomi = um de seus nomes;

Ososi Fomi = um de seus nomes;

Ososi Ibo = um de seus mitos o liga a Ossaniyn;

Ososi Onipapo = um dos antigos, tem culto a mais de um século no país;

Ososi Orisambo = possui seu assentamento diferente dos demais;

Ososi Esewi/Esewe = seu mito o liga a Ossaniyn e as vezes a Osala segundo os "antigos";

Osossi Arole = uns de seus epítetos;

Ososi Obaunlu = segundo registro há um assentamento deste orisa aqui no Brasil desde 1616 no ase de D.

Olga de alaketu, é considerado o patrono de ketu;

Ososi Beno = um dos mais antigos, detalhe tem assento aqui em São Paulo, cidade considerada emergente para tradições do candomblé Keto, com poucas casas antigas.

Ososi DanaDana = aquele que ateou fogo ou roubou, um epíteto dos mais perigosos dado ao caçador.

Ode Wawa = epíteto do caçador;não se tem notícia do seu culto no Brasil;

Ode Wale = epíteto do caçador, não se tem notícia de seu culto no Brasil;

Ode Oregbeule = é um Irunmale, portanto acima do orisa foi um dos companheiros de Odudua em sua chegada na terra segundo sua mitologia;

Ode Otin = outro caçador confundido com Ossosi, sua lenda o identifica ora como uma caçadora ora como um caçador, contudo sua ligação com Ossosi é fato, Otin se apresenta sempre junto com ele a ponto de confundi-los;

Ode Karo = um do caçadores que também mora as margens de um rio é irmão de Igidinile.

Ode Ologunede = o chefe de guerra de Ede, titulo ganhado quando seu pai o entregou aos cuidados de Ogún;

Olo = senhor, gun = guerra, Ede = um lugar na áfrica.É filho de um outro caçador chamado Erinle tendo como mãe Osún Iponda. O posto de asogun, a priori, surge desse mito que o liga a Ogún companheiro de seu pai.

Possui outros nomes como Omo Alade, ou seja, o príncipe coroado. Não há qualidades de Logun como acreditam alguns tais como locibain, aro aro, etc., são apenas nomes tirados de cânticos, aliás aro quer dizer tanta coisa menos nome de orisa. O nome Ibain é de um outro caçador homenageado nos cânticos de Ologun, esse caçador inclusive é o verdadeiro proprietário dos chifres tão importantes no culto. Oba L`Oge é um outro nome para esse orisa. É da região de Ijesa;

Ode Erinle = outro caçador confundido com Osossi no Brasil. Seu assento é completamente diferente dos demais, pois Erinle ou Inle é um orisa do rio do mesmo nome, o rio Erinle que corta a região de Ilobu na Nigéria. Encontra-se seus mitos no odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara. Sua esposa é Abatan pois é considerado médico e ela enfermeira, seu culto antecede o de Ossayn, o pássaro os representam. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Ossosi.Tem uma filha chamada Aguta que às vezes se apresenta como irmã ou como filha sendo sua mãe Ainan. Ode Otin se apresenta como sua filha, às vezes e ai é representado por uma enguia. Ainda temos Boiko como seu guardião, Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. No Brasil o ligam a Osún e a Iyemanja pois segundo sua lenda é pela boca dela que ele fala, Erinle é um orisa andrógino e considerado o mais belo dos caçadores;

Ode Ibualama = uma outra versão para Erinle quando ele se apresenta mais ao fundo do rio, há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador. Aliás há vários templos mas todos são de um orisa só: Erinle nessa situação o caçador traça um outro caminho e pactua seus mitos com Omolu, Osumare, Nana,etc. A montagem de seu Igba (cuia) também difere de um simples alguidar com um ofa para cima como é comum as pessoas não esclarecidas assim fazer.



Ossaniyn, Omolu, Oluaye, Osumare, Nanan e Iroko.

Ossaniyn = Também chamado Baba Ewe, Asiba, que são epítetos do orisa. Possui seu próprio sistema divinatório; o orisa exerce suas funções interligadas a Esu composto ao mesmo tempo em que ele. Kosi ewe, kosi orisa: Sem folhas, sem orisa.


Oxumaré
Osumare = Chamado Araka seu epíteto. É o orisa do arco-íris e da transformação, não deve ser confundido com o vodun Becem que se apresenta como Dangbe, Bafun, Danwedo todos da família Danbira e cultuados em outra nação.


Omolú
Omolu / Obaluaye = É como se apresenta o orisa sapata transmutando-se para formas conhecidas tais como: Agoro, Telu, Azaoni, Jagun, Possun, Arawe, Ajunsun, Afoman, etc, cada qual com suas particularidades.


Nanã

Nanan = apresenta-se nas formas conhecidas como: Iyabahin, Salare, Buruku, Asainan, sem culto no Brasil. É sempre bom lembrar que muitos nomes são de lugares onde se cultua o orisa. Por exemplo: Ajunsun é o Rei de Savalu, assim como Dangbe é o Rei do Gege, portanto são nomes que dão origem as suas formas. :

Iroko = orisa da gameleira (no Brasil), controla a hemorragia humana.


Iyabas  são os orisá feminino.


Obá
Oba = orisa guerreira é única em seu aspecto.


Yewá
Iyewá = orisa guerreira única em seu aspecto.


Osum


Osún Opara = a orisa se apresenta jovem e guerreira.

Osún Iponda = jovem e guerreira, da cidade de Iponda.

Osún Ajagura = jovem e guerreira, nação nagô - Oyo, Pernambuco.

Osún Aboto = aspecto maduro da orisa.

Osún Ijimun = aspecto idosa e dada as feitiçarias, ligação com Iami Eleye.

Osún Iberin = aspecto maduro da orisa, nessa forma não desce nas cabeças.

Osún Ipetu = aspecto maduro da orisa.

Osún Ikole = seu mito a liga a Iemanjá e Ode Erinle, transformou-se numa ave.

Osún Popolokun = Conta os antigos que não vem mais, será?.

Osún Osogbo = ela deu oringem ao nome da cidade de Osogbo.

Osún Ioke = Se apresenta como caçadora.

Osún Kare = Um de seus títulos, Kare tem seu próprio nome que poucos conhecem.


Yemanjá

Iyeyeo Ominibu = epíteto da Osún.

Iyemoja Ogunte = orisa se apresenta jovem e guerreira.

Iyemoja Iyasesu = assume a maternidade de Sàngó é ranzinza e respeitável.

Iyemoja Saba = uma das formas da mãe.

Iyemoja Maleleo = não se obteve noticias desse aspecto no Brasil.

Iyemoja konla = seu mito conta que ela afoga os pescadores.

Iyemoja Ataramaba = Nessa forma ela está no colo de sua mãe olokun.

Iyemoja Ogunde = aspecto da orisa cultuado no Nagô em Pernambuco.

Iyemoja Iyá Ori = nessa forma ela assume todas as cabeças mortais.

Iyamase = forma de quando ela é definitivamente mãe de Sàngó.

Iyemoja Araseyn = fuxico com Ossayn.



Oyá - Yansã

Oyá Leseyen = uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.

Oyá Egunita = orisa Igbale.

Oyá Foman = orisa Igbale.

Oyá Ate Oju = orisa Igbale aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.

Oyá Tope = uma de suas formas.

Oyá Mesan = um de seus epítetos.

Oyá Onira = rainha da cidade de Ira.

Oyá Logunere = uma de suas formas.

Oyá Agangbele = esse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.

Oyá petu = nesse aspecto ela convive com Sàngó.

Oyá Arira = uma de suas formas.

Oyá Ogaraju = uma das mais antigas no Brasil.

Oyá Doluo = eró ossayn; culto Nagô.

Oyá Kodun = eró com Osaguian.

Oyá Bamila = eró Olufon.

Oyá Kedimolu = eró Osumare = Omolu.
Texto Adaptado por Ifatolá